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Snowden: espionagem não tem a ver com terrorismo, e sim com controle

Ex-agente da NSA divulga manifesto em que pede o fim da vigilância promovida pelo governo dos EUA sobre a internet e a telefonia

26 out 2013 - 19h34
(atualizado às 19h38)
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Snowden passou a ser perseguido pelo governo americano após vazar informações sobre o monitoramento feito pela NSA
Snowden passou a ser perseguido pelo governo americano após vazar informações sobre o monitoramento feito pela NSA
Foto: AFP

Personagem central do escândalo de espionagem americana ao vazar milhares de documentos de inteligência, o ex-agente da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) recebeu o apoio de manifestantes que protestaram neste sábado em frente ao Congresso, em Washington, em um ato que pediu respeito ao direito à privacidade dos cidadãos. Durante o protesto, os manifestantes leram em voz alta uma declaração assinada por Snowden, na qual o ex-agente afirma que o programa de vigilância promovido pelo governo de Barack Obama não tem o objetivo de combater o terrorismo, e sim de garantir o controle sobre a população.

"Hoje, nenhum telefone nos Estados Unidos faz uma ligação sem que a NSA tenha um registro. Hoje, nenhum dado de internet entra ou sai dos Estados Unidos sem passar pelas mãos da NSA. Nossos representantes no Congresso nos dizem que isso não é vigilância. Eles estão errados", atesta Snowden, que atualmente está asilado na Rússia.

Segundo o ex-agente da NSA, a vigilância sobre a população é uma política de Estado, de forma que não é uma prática específica de democratas ou republicanos, e "tampouco diz respeito ao terrorismo". "É uma questão de poder, controle e confiança no governo", diz o manifesto de Snowden.

Citando a Quarta Emenda da Constituição americana, o ex-agente afirma que o governo não tem o direito de vasculhar bens ou informações de cidadãos sem um mandado de Justiça, e critica atitudes de políticos que afrontam o interesse público. "Nós estamos aqui para lembrar aos nossos governantes que eles são servidores públicos, e não investigadores particulares", diz o texto.

"Este ato é sobre as ações inconstitucionais, antiéticas e imorais do atual Estado de vigilância americano, e como todos nós devemos trabalhar juntos para lembrar o governo de impedi-las. (O ato) É sobre o nosso direito de saber, de nos associarmos livremente, e de vivermos em uma sociedade aberta", afirma Snowden, que, ao citar as próximas eleições presidenciais, cobra dos políticos americanos o fim das violações de privacidade. "Mantendo-nos fiéis a esse princípio, declaramos que a vigilância em massa não tem lugar neste país. É tempo de mudanças. Em breve teremos eleições, e estamos de olho em vocês", conclui.

Fonte: Terra
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