Snowden pedirá asilo político à Rússia
O ex-técnico da CIA Edward Snowden afirmou nesta sexta-feira, em reunião com ativistas de direitos humanos, que irá pedir asilo político à Rússia, informa a agência de notícias AFP. Snowden se encontrou com representantes de organizações de defesa dos direitos humanos no aeroporto de Moscou, onde está desde o último dia 23 de junho, e afirmou que tomou esta decisão após não conseguir viajar para a América Latina, informou Tatiyana Lokshina, da organização Human Rigths Watch (HRW).
Em um comunicado divulgado após a reunião, Snowden agradeceu o apoio da Bolívia, Equador, Nicarágua e Equador e ainda disse que espera poder viajar no futuro para a América Latina. "Eu lhes peço ajuda para ir de forma segura para a América Latina e peço asilo político à Rússia, esperando que minha viagem seja realizada na legalidade", acrescentou o comunicado.
Anteriormente, Snowden tinha retirado seu pedido de asilo na Rússia após o presidente Vladimir Putin dizer que ele poderia ficar no país se não causasse mais prejuízos aos Estados Unidos, que tentam conseguir sua extradição para que ele seja julgado por espionagem. Segundo a HRW, Snowden considera que esta condição imposta pelo governo russo não é um obstáculo.
Snowden foi o responsável por revelar programas secretos de vigilância do governo americano sobre dados telefônicos e de usuários de internet
Cerca de 13 ativistas russos e internacionais se reuniram com Snowden em um local não informado do Terminal F do aeroporto Sheremetievo às 17h (10h no horário de Barsília) para falar sobre a perseguição que vem sofrendo dos Estados Unidos. Além da HRW, participaram no encontro as organizações Anistia Internacional e Transparência Internacional.
Resposta russa
O porta-voz da presidente russa, Dmitry Peskov, afirmou que o Kremlin ainda não recebeu um pedido formal de Snowden, mas que as condições permanecem as mesmas anunciadas por Putin em 1º de julho.
"Snowden poderia teoricamente permanecer na Rússia se, primeiro, renunciar totalmente às atividades contra nossos sócios americanos e, segundo, se ele mesmo desejar", afirmou o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov, à agência Interfax.