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Estados Unidos

Tentativa de tornar Romney 'simpático' marca convenção republicana

1 set 2012 - 14h17
(atualizado em 3/9/2012 às 07h46)
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Ligia Hougland
Direto de Tampa

Com o encerramento da Convenção Nacional Republicana, o partido conservador precisa agora esperar para ver que frutos serão colhidos pelo evento realizado na semana passada, em Tampa, na Flórida. O Partido Republicano tinha duas metas principais a ser atingidas: apresentar o candidato Mitt Romney como uma pessoa que tem muito em comum com o americano médio e testar o poder de fogo do jovem candidato à vice-presidência, Paul Ryan.

Romney e Ryan com suas famílias no palco de Tampa: final da festa republicana que confirmou a dupla que desafia Barack Obama e Joe Biden
Romney e Ryan com suas famílias no palco de Tampa: final da festa republicana que confirmou a dupla que desafia Barack Obama e Joe Biden
Foto: AP

Antes mesmo de começar, a convenção já corria sério risco de fracasso por causa da ameaça representada por uma possível passagem do furacão Isaac pela cidade. O evento teve de ser adiado por um dia e o partido pode ter saído ganhando com a convenção mais curta. Quatro dias dedicados a provar que o competente, porém insosso, ex-governador do Massachussetts é uma alternativa melhor ao carismático, mas ineficaz, atual presidente, Barack Obama, poderiam tornar a mensagem repetitiva e enfadonha.

Assim, por três dias, aproximadamente 20 mil pessoas ouviram parceiros de negócios, colegas de partido, membros da igreja mórmon, amigos, um dos filhos e a mulher de Romney compartilharem histórias que mostravam o lado humano do político que tem dificuldade de fazer uma conexão forte não só com o eleitorado como com membros do seu partido.

A tarefa não era pequena. Em uma época de crise, milionários já têm particular dificuldade em angariar a simpatia de quem viu a poupança desaparecer e não sabe como vai conseguir pagar as contas. Além disso, nos últimos meses, o ex-governador não se ajudou ao dizer que a mulher tem "alguns Cadillacs" e que nem sabe onde exatamente estão investidos alguns dos seus milhões, entre algumas outras gafes.

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Muito do trabalho feito pelos apoiadores de Romney provavelmente ajudaram a tornar a imagem do candidato menos distante. Ann Romney, esposa do candidato, fez um discurso tendo o amor como tema. Falou sobre o início do romance e das dificuldades financeiras e de saúde enfrentadas pelo casal. Porém, alguns analistas desconfiam que o tom piegas da mensagem não surtiu o efeito de despertar simpatia como o esperado.

Depois foi a vez de uma das grandes novas estrelas do GOP (Grand Old Party, como é chamado o Partido Republicano), Chris Christie, governador de New Jersey, falar. Intencionalmente ou não, ele diminuiu o discurso de Ann, ao começar seu pronunciamento declarando, "Nesta noite, vamos escolher respeito, em vez de amor". E, a partir daí, Christie dedicou mais de 15 minutos à autopromoção, enquanto Romney assistia à exibição sentado em uma cadeira. Quando finalmente, o governador fez menção ao candidato à Casa Branca, Ann, tentando encorajar o marido, levantou e incitou Romney a fazer o mesmo. Mas ele, num gesto de dignidade ou constrangimento, se recusou a levantar.

Na noite seguinte, chegou o tão esperado momento do discurso candidato à vice-presidente. Com o cabelo no estilo Ronald Reagan - ídolo dos conservadores -, Ryan fez um discurso cheio de contradições e inverdades que são rapidamente apontadas pela imprensa. Até mesmo a conservadora Fox News diz que o jovem parlamentar merecia uma medalha de ouro pelo discurso político mais repleto de mentiras jamais feito.

Romney aceita a indicação

Na última noite, depois da aparição especial de Clint Eastwood - que pode ser vista como algo genial ou bizarro, dependendo do espectador - e do discurso do mais carismático dos republicanos, o jovem senador Marco Rubio, Romney teve sua maior oportunidade, até então, de falar ao povo americano em horário nobre.

O candidato encarou o desafio de frente e bravamente falou nos dois pontos mais explorados pela mídia como sendo controversos (sua religião e seu passado como presidente da Bain Capital, uma firma de gestão de ativos e serviços financeiros). Romney disse que acreditava, acima de tudo na liberdade religiosa e que sempre teve amigos de todas as fés, apesar de ser dedicado à igreja mórmon. Ele também admitiu que realmente teve grande sucesso como investidor, lembrando que, nos Estados Unidos, o sucesso é algo a ser celebrado e não há porque pedir desculpas por isso.

O candidato republicano afirmou aos eleitores que não passava de um americano comum que, assim como todos, queria que o governo Obama tivesse sido um sucesso. Mas estava na hora de aceitar o fato de que o presidente não cumpriu suas promessas, e que depois de o eleger, o povo americano só tinha se desiludido. Além disso, prometeu criar 12 milhões de empregos até 2020, tornar os Estados Unidos independentes no setor de energia, capacitar a mão de obra, estimular as pequenas empresas, além de cumprir acordos comerciais e cortar o déficit público.

Não há dúvida de que Romney empolgou o vibrante público presente no estádio em Tampa. Mas o que mais chamava a atenção era a hegemonia desse público composto massivamente pela população branca americana, sem praticamente nenhuma representação negra, hispânica ou asiática. Algo desconcertante em um país conhecido por ser um "melting pot", termo que define a mistura cultural e étnica da nação formada por imigrantes.

As pesquisas ainda apontam um empate técnico entre os candidatos. Na semana que vem, será a vez de os democratas tentarem convencer os americanos a darem mais quatro anos de governo a Obama durante a convenção nacional do partido, em Charlotte, na Carolina do Norte.

Fonte: Terra
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