Tropas dos EUA se deslocam para a fronteira com o México; 10 mil soldados são esperados na região
Primeira 'onda' de 1,5 mil militares se juntará a outros 2,2 mil soldados da ativa e equipes da Guarda Nacional que já estão na fronteira
As tropas dos Estados Unidos começaram a se deslocar, nesta quarta-feira, 22, à fronteira sul, com o México. Pelo menos 1,5 mil soldados das Forças Armadas são aguardados no que é considerada a primeira 'onda' de tropas que se juntarão a outros 2,2 mil militares da ativa e da Guarda Nacional que já estão na região.
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O contingente militar foi acionado após o presidente recém-empossado Donald Trump assinar, na última segunda-feira, 20, uma ordem executiva que decreta emergência na fronteira sul estadunidense. A medida é uma entre várias políticas anti-imigratórias anunciadas pelo republicano.
À agência de notícias Reuters, uma autoridade afirmou, sob condição de anonimato, que esta é a primeira 'leva' de militares da ativa que será enviada à fronteira sul. É esperado que, pelos próximos meses, 10 mil soldados cheguem à região fronteiriça.
Ainda de acordo com a fonte, aeronaves militares também poderão ser usadas para deportar imigrantes ilegais, o que ainda não foi autorizado. O México, por sua vez, deu início à construção de abrigos para receber milhares de imigrantes deportados em Ciudad Juarez, a partir dos próximos dias.
Em seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, Trump enviou 5,2 mil militares à fronteira entre Estados Unidos e México. O ex-presidente democrata Joe Biden também enviou soldados à região.
Mais cedo nesta quarta, Trump também suspendeu a entrada de imigrantes através da fronteira com o México. A decisão foi publicada no portal da Casa Branca, sede do governo norte-americano, e cita que a medida visa 'proteger os Estados contra uma invasão'.
"No exercício de sua autoridade sob o Ato de Imigração e Nacionalidade e a Constituição dos Estados Unidos, o presidente Trump autoriza e direciona o Departamento de Segurança Nacional, o Departamento de Justiça e o Departamento de Estado a tomarem todas as ações necessárias para repelir, repatriar e remover estrangeiros ilegais na fronteira sul dos Estados Unidos", diz trecho do comunicado.
A diretiva também aponta que Trump restringiu acesso a condições extraordinárias para que estrangeiros ilegais possam permanecer nos Estados Unidos, como a concessão de asilo.
Fronteira fechada desde o '1º dia'
Empossado na última segunda-feira, 20, como o 47º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump assinou, ainda durante as solenidades, as primeiras medidas anti-migratórias, uma das principais propostas da campanha do republicano durante a corrida eleitoral de 2024.
A pauta esteve presente no primeiro discurso de Trump, feito ainda na Rotunda do Capitólio, logo após a cerimônia de posse na sede do Poder Legislativo estadunidense.
Na ocasião, o republicano anunciou que decretaria situação de emergência na fronteira sul dos Estados Unidos, permitindo o envio de militares à região. Trump prometeu, também, deportar 'milhões e milhões de estrangeiros criminosos ao lugar de onde vieram'.
"Vamos reinstituir minha política de 'Fique no México'. (...) Nos decretos que assinarei hoje, também declararemos os cartéis como organizações terroristas estrangeiras', afirmou, declarando que usará o completo e imenso poder das autoridades federais e estaduais para eliminar a presença de "redes criminosas estrangeiras que devastam o solo norte-americano", discursou.
Pouco após a posse, as primeiras mudanças começaram a surtir efeito no sul dos Estados Unidos, com o encerramento da operação do aplicativo CBP One, marca do governo do democrata Joe Biden, que tinha a intenção de facilitar o processo imigratório legal.
Ao abrir o site do app, surge o seguinte aviso: "A partir de 20 de janeiro de 2025, as funcionalidades do CBP One™, que anteriormente permitiam que estrangeiros indocumentados enviassem informações antecipadas e agendassem compromissos em oito portos de entrada da fronteira sudoeste, não estarão mais disponíveis, e os compromissos existentes foram cancelados".