Trump promete relatório sobre espionagem russa em 90 dias
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta sexta-feira que terá em um prazo de 90 dias um relatório completo sobre a espionagem da Rússia durante as eleições do país.
"Minha equipe terá um relatório completo sobre os ataques dos hackers em 90 dias", indicou o republicano no Twitter ao falar sobre a suposta intervenção do Kremlin no pleito norte-americano e sobre as informações comprometedoras que a Rússia teria sobre ele.
"Agora sabemos que as alegações falsas contra mim foram organizadas por meus oponentes políticos e por um espião fracassado com medo de ser processado", completou Trump na rede social.
"Notícias falsas. A Rússia diz que não existe nada", afirma Trump antes de acrescentar que tudo foi provavelmente divulgado pelos serviços de inteligência sabendo que não havia provas.
Ontem, o presidente eleito citou que o Diretor Nacional de Inteligência, James Clapper, classificou como "falso" o relatório que alega que a Rússia tem informações comprometedoras sobre o empresário e que poderia usá-las para chantageá-lo.
"James Clapper me ligou ontem para denunciar o relatório falso e fictício que circulou ilegalmente. Inventado, fatos falsos. Que lamentável", afirmou Trump ontem, também no Twitter.
Clapper divulgou um comunicado sobre a conversa com o presidente eleito e apenas afirmou que o relatório não foi produzido pelos serviços de inteligência dos EUA. Ele, porém, não disse em momento algum que o relatório é falso, como sustenta Trump.
Os documentos, elaborados por um ex-espião britânico e publicado integralmente na internet pelo BuzzFeed, detalha supostos contatos da equipe de Trump com o Kremlin, a espionagem realizada pela Rússia contra o presidente eleito e a possibilidade de essas informações sejam usadas para chantageá-lo durante o mandato.
O dossiê publicado pelo BuzzFeed cita fontes que afirmam que membros da equipe de Trump se reuniram com integrantes do governo russo. Elas também afirmam saber de encontros do empresário com prostitutas em um hotel de Moscou, onde o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, a antiga KGB) teria instalado câmeras e microfones.
A equipe do presidente eleito negou categoricamente o conteúdo e a veracidade do relatório.