WikiLeaks: soldado se vangloriava de quebrar senhas, diz testemunha
O soldado americano acusado de passar arquivos confidenciais ao site WikiLeaks se vangloriou de que poderia driblar qualquer senha de proteção, disse um de seus antigos supervisores no Exército em uma corte marcial nesta quarta-feira.
O soldado Bradley Manning, 25 anos, está sendo acusado de fornecer mais de 700 mil documentos para o WikiLeaks, na maior divulgação não autorizada de documentos secretos na história dos Estados Unidos, em um caso que levantou questões sobre os limites do sigilo.
"Ele disse que se sentia muito fluente com computadores. Ele disse que falava a língua deles", afirmou o ex-militar Jihrleah Showman, que foi um dos supervisores de Manning quando ele trabalhou como analista de inteligência em uma base do Exército dos EUA em Bagdá em 2010. "Ele disse que não havia nada que ele não pudesse fazer em um computador".
O WikiLeaks começou a expor os segredos do governo norte-americano em 2010, surpreendendo diplomatas e autoridades norte-americanos, que acusaram Manning de pôr em risco vidas e prejudicar a delicada diplomacia. Manning está detido desde maio de 2010.
Nos discursos de abertura do julgamento, que começou na segunda-feira, promotores argumentaram que Manning tinha sido levado pela arrogância. Mas advogados de Manning, um ex-analista de inteligência no Iraque, retrataram-no como ingênuo, mas bem intencionado, ao querer mostrar ao público norte-americano a realidade das guerras no Afeganistão e no Iraque.
Manning pode ser sentenciado à prisão perpétua sem liberdade condicional se for condenado. Ele enfrenta 21 acusações, inclusive a mais grave, de ajudar o inimigo, e um processo sob o Ato de Espionagem de 1917.
O julgamento deve seguir até o final de agosto.