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Estudiosos acham fósseis de répteis marinhos gigantes nos Alpes suíços

Restos podem pertencer a maior ictiossauro já encontrado

29 abr 2022 - 14h49
(atualizado às 15h22)
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Representação do ictiossauro encontrado nos Alpes suíços
Representação do ictiossauro encontrado nos Alpes suíços
Foto: Heinz Furrer/Divulgação / Ansa - Brasil

Um conjunto de três fósseis de ictiossauro, um réptil-marinho, encontrado nos Alpes suíços entre 1976 e 1990, foi alvo de um novo estudo que revelou que, ao menos um deles, é do maior animal do tipo já achado no mundo. 

Os resultados dos estudos de paleontólogos das universidades de Bonn, na Alemanha, e Zurique, na Suíça, foram publicados nesta quinta-feira, 28, no Journal of Vertebrate Paleotontogy.

Segundo a análise realizada sob comando do doutor Heinz Furrer, os restos têm cerca de 205 milhões de anos e foram localizados a cerca de 2,8 mil metros de altura.

Entre eles, está o maior dente de ictiossauro (que pode ser traduzido como lagarto-peixe) já localizado, com cerca de seis centímetros só de raiz. O tamanho é duas vezes maior à descoberta anterior e, nesse caso, o ictiossauro tinha 15 metros de comprimento. 

Além disso, foi encontrado um conjunto com 10 vértebras, o maior até hoje em toda a Europa, e outros ossos do gigante marinho. 

O fato da descoberta ter sido realizada em uma altitude elevada nos tempos atuais não surpreende, pois os especialistas apontam que essa região da Suíça estava no fundo do então Mar de Tétis, a grande faixa de água que separava os continentes de Laurásia e Gondwana quando o supercontinente Pangeia iniciou sua ruptura.

O paleontólogo e diretor do Museu de História Natural de Milão, Cristiano Dal Sasso, lembra que foi nessa mesma área só que do lado italiano que, em 1993, foi encontrado o fóssil de um Besanosaurus, um animal do gênero ictiossauro com 5,5 metros de comprimento.

"Aquele exemplar, que viveu há 240 milhões de anos, é de certa maneira um avô dos três fósseis examinados no novo estudo", disse o especialista ressaltando que, nos cerca de 30 milhões de anos seguintes, essa espécie atingiu o ápice de seu gigantismo ao fim do Período Triássico, com animais com mais de 20 metros.

"Até agora, os exemplares mais completos foram encontrados nas Américas, mas esse achado nos Alpes sugere a possibilidade de que eles tinham uma distribuição mais global. Ter grandes dimensões é vantajoso porque permite subir de nível na cadeia alimentar e manter melhor sua temperatura corporal", pontua ainda Dal Sasso. 

Permanece, porém, o mistério sobre como eles se alimentavam já que a dentição parece ser pequena, assim como a baleia azul. O estudo do dente localizado pelos paleontólogos agora, que apresenta uma pequena curvatura para trás, pode indicar que o ictiossauro se alimentava de lulas. 

Ansa - Brasil
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