Os governos ao redor do mundo não estão combatendo da forma esperada a impunidade relacionada aos homicídios brutais de jornalistas pelo mundo, sendo que 90% dos assassinos estão livres, de acordo com um relatório publicado pelo Comitê de Proteção ao Jornalista (CPJ). As informações são do The Guardian.
Segundo o estudo, pelo menos 370 jornalistas foram mortos nos últimos 10 anos, por causas diretamente relacionadas ao seu trabalho. A maioria dos profissionais cobriam corrupção, crimes, direitos humanos, política ou guerras. Porém, o que se vê são pouquíssimos casos resolvidos de forma justa.
Elisabeth Witchel, autora que coordenou as consultas para o relatório e consultora do CPJ para uma campanha nacional contra a impunidade, disse que “os não julgamentos, casos de assassinato não resolvidos de jornalistas que buscam informar a sociedade e o mundo são uma das maiores ameaças à liberdade de imprensa hoje”, afirmou.
Para Witchel, é crucial que “governos e as Nações Unidas forneçam recursos e apoio político para romper o ciclo de impunidade no assassinato de jornalistas”.
O relatório olha de maneira especial para lugares onde há níveis recordes de violência e impunidade antimídia, tais como Iraque, Somália, Filipinas, México e Rússia, assim como países onde os jornalistas têm sido envolvidos em distúrbios de forma crescente, como a Síria.
O CPJ também destaca os países que estão começando a mostrar melhorias - como Colômbia e Brasil - e os desafios que continuam a enfrentar.
Com base em suas conclusões, o relatório fez uma série de recomendações, incluindo o pedido aos governos nacionais e líderes políticos para condenar pública e inequivocamente todos os atos de violência contra jornalistas.
James Foley era americano e tinha 40 anos. Repórter experiente, cobriu o conflito na Líbia, antes de viajar para a Síria, onde trabalhou na revolta contra o regime de Bashar al-Assad para o site de informações americano GlobalPost, para a Agência France-Presse (AFP) e outros meios de comunicação. O jornalismo era para ele uma segunda carreira, uma vez que se inscreveu na Escola de Jornalismo da Northwestern University, aos 35 anos. Anteriormente, ele foi professor e ensinou detentos a ler e escrever em várias prisões
Foto: Facebook/Find James Foley / Reprodução
O vídeo intitulado "Mensagem aos Estados Unidos", difundido na terça-feira na internet, o EI mostra um homem encapuzado e vestido de negro que, com uma faca, degola o jornalista americano James Foley, desaparecido desde 2012. As imagens foram declaradas como verdadeiras pela Casa Branca e os próprios pais de Foley disseram acreditar na veracidade do vídeo que foi lançado nas redes sociais pelos extremistas
Foto: Reuters
No vídeo de seu assassinato, James passa uma mensagem à família e relaciona sua iminente morte ao recente bombardeio americano no Iraque para combater o EI no norte do país. Evidentemente coagido, ele diz: "Peço aos meus amigos, família e amados que se manifestem contra os meus verdadeiros assassinos, o governo dos EUA, porque o que irá acontecer comigo é somente o resultado da complacência e da criminalidade deles"
Foto: Facebook/Find James Foley / Reprodução
Em sua conta de Twitter, desatualizada desde 2012, quando foi sequestrado pelos extremistas islâmicos na Síria, Foley diz reporto do Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria. Um monte de perguntas, nenhuma resposta
Foto: Facebook/Find James Foley / Reprodução
A mãe e o irmão de James durante uma entrevista a um canal de TV americano, 2012 (foto).
Após as imagens divulgadas na internet do filho sendo decapitado, Diane Foley escreveu uma mensagem nas redes sociais dizendo ser muito orgulhosa de 'Jim'. "Ele percebeu que as histórias que ele queria contar eram as verdadeiras histórias, sobre a vida das pessoas, e ele via o jornalismo como uma maneira de dizer o que realmente acontece no mundo", contou em uma entrevista ao Columbia Journalism Review
Foto: Facebook/Find James Foley / Reprodução
A mãe do jornalista também pediu que os militantes libertem os outros reféns. "Como Jim, eles são inocentes. Eles não têm controle sobre a política do governo americano no Iraque, na Síria ou em qualquer lugar no mundo", escreveu
Foto: Facebook/Find James Foley / Reprodução
O pai do jornalista, John, também declarou que, antes de sua fatídica viagem para a Síria, "Jim tinha dito que havia encontrado sua paixão"
Foto: Facebook/Find James Foley / Reprodução
Foley trabalhou em todo o Oriente Médio, a serviço da publicação americana Global Post e outras empresas, como a agência de notícias francesa AFP
Foto: Facebook/Find James Foley / Reprodução
Ele cobriu a guerra na Líbia, quando ficou detido por mais de 40 dias. "Sou atraído pelo drama do conflito e por tentar expor estas histórias desconhecidas", disse ele à BBC em 2012
Foto: Facebook/Find James Foley / Reprodução
"Há violência extrema, mas há uma vontade de saber quem estas pessoas realmente são. E creio que isto é o que é realmente inspirador", disse Foley em uma entrevista antes de ser sequestrado, em novembro de 2012
Foto: Facebook/Find James Foley / Reprodução
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou revolta com a decapitação de Foley por militantes islâmicos e prometeu que seu país irá fazer o que precisar para 'proteger seus cidadãos'
Foto: Reuters
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, repudiou o assassinato horripilante do jornalista James Foley, um crime abominável que ressalta a campanha de terror que o Estado Islâmico continua a levar adiante contra os povos do Iraque e da Síria
Foto: AFP
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Nicolas Hénin, Pierre Torres, Edouard Elias e Didier François sorriram para a multidão de jornalistas, alguns deles colegas, depois de descerem de um helicóptero militar na base aérea de Villacoublay, no sudoeste de Paris
Foto: Reuters
Os quatro jornalistas foram recebidos pelo presidente da França
Foto: Reuters
Nicolas Henin, ex-refém na Síria e jornalista francês, acena enquanto é recebido pela família em Evreux, base aérea militar de Villacoublay, próxima a Paris
Foto: Reuters
Nicolas Henin, ex-refém na Síria e jornalista francês, é recebido pela família em Evreux; ele e outros três colegas foram sequestrados na Síria há 10 meses
Foto: Reuters
Autoridades francesas revelaram poucos detalhes da libertação deles, mas a agência de notícias Dogan, da Turquia, afirmou que um grupo desconhecido transportou os jornalistas na noite de sexta-feira até a fronteira sudeste da Turquia
Foto: Reuters
Jornalistas franceses Edouard Elias (frente), Didier Francois, Nicolas Henin e Pierre Torres chegam a um hospital em Sanliurfa, sudeste da Turquia, em 18 abril