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EUA aconselham Israel a segurar invasão a Gaza e deixam Catar como intermediador

23 out 2023 - 18h49
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Os Estados Unidos aconselharem Israel a adiar um ataque terrestre contra a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, e está mantendo o Catar -- um intermediador com os militantes palestinos -- informado das negociações, disseram fontes, ao passo que Washington tenta garantir a libertação de mais reféns e se prepara para uma possível escalada do conflito a uma guerra regional mais ampla.    No dia 7 de outubro, o Hamas atacou Israel e matou cerca de 1.400 pessoas. Os EUA apoiaram seu aliado e disseram que Israel tem o direito de se defender. Os norte-americanos também salientaram que os israelenses decidirão o cronograma da retaliação.    Mas a Casa Branca, o Pentágono e o Departamento de Estado norte-americano  intensificaram agora os apelos em privado por cautela da parte dos israelenses, disseram duas fontes próximas às discussões. O bloqueio israelense à Faixa de Gaza piorou a crise humanitária na região, e os mortos no enclave já superam os 5.000.

O presidente dos EUA, Joe Biden, encontra-se com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em visita a Tel Aviv, Israel
18/10/2023
REUTERS/Evelyn Hockstein
O presidente dos EUA, Joe Biden, encontra-se com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em visita a Tel Aviv, Israel 18/10/2023 REUTERS/Evelyn Hockstein
Foto: Reuters

    Uma prioridade dos EUA é permitir que haja mais tempo para a negociação visando a libertação dos reféns feitos pelo Hamas no dia 7 de outubro, afirmaram fontes. Essa estratégia ganhou força com a soltura de duas reféns norte-americanas na sexta-feira. O Hamas disse que libertou mais duas pessoas nesta segunda. Acredita-se que o grupo tenham mais de 200 reféns.    Uma autoridade norte-americana afirmou que ciente do papel de Doha como intermediária com o Hamas, o governo vem mantendo as autoridades do Catar informadas do seu conselho a Israel, para que elas estejam atualizadas e as negociações pela libertação dos reféns prossigam.    "Por enquanto, não existe um plano ou sequência dos passos adiante para um completo apaziguamento. A prioridade é trabalhar para libertar os reféns passo a passo", afirmou uma fonte com conhecimento das negociações sobre a libertação de pessoas.    Outra autoridade dos EUA disse que os governos europeus, muitos dos quais também possuem cidadãos como reféns, também têm reforçado o apelo para que Israel não lance uma ofensiva por terra, de forma a abrir espaço para as negociações pela libertação das pessoas detidas pelo Hamas.    Autoridades dos EUA pediram que Israel siga as leis da guerra se houver invasão à Faixa de Gaza, lar de 2,3 milhões de pessoas.    Autoridades de Israel, no entanto, têm cada vez mais sinalizado publicamente que uma invasão a Gaza pode ser iminente. Não há uma data definitiva, nem um adiamento. Israel convocou 300 mil reservistas militares, um recorde.    Desde domingo, Israel sinaliza uma mudança na tática ao enviar infantaria, apoiada por tanques, para avaliar incursões em Gaza, o que causou confrontos com combatentes do Hamas. O país também tem concentrado os ataques aéreos contra regiões onde, segundo os israelenses, o Hamas tem reunido seus combatentes para reagir a qualquer invasão.    Aconselhar Israel a segurar uma ofensiva por solo também permite a Washington se preparar para qualquer possível ataque de retaliação contra interesses dos EUA na região, em um momento no qual o medo de uma escalada no conflito aumenta, especialmente entre Israel e o grupo Hezbollah, que tem sede no Líbano, é apoiado pelo Irã e está fortemente armado.    "Achamos que há uma tendência de haver uma escalada... Estamos tomando medidas para assegurar que possamos defender efetivamente nosso povo e responder de forma decisiva se precisarmos", afirmou no domingo à NBC o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.    Washington também se preocupa com o desejo de algumas autoridades israelenses, incluindo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, de realizar um ataque preventivo contra o Hezbollah.    Autoridades norte-americanas avaliam que Israel teria dificuldades de guerrear em duas frentes se o Hezbollah lançar um ataque no norte.   

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