EUA classificam produtos de assentamentos como 'Made in Israel'
Palestinos condenaram decisão e chamaram ato de 'desafio'
Ao fim da visita do secretário de Estado, Mike Pompeo, à uma vinícola localizada em Psagot, um assentamento israelense em território da Cisjordânia, o Departamento de Estado norte-americano anunciou que os produtos ali fabricados serão considerados "Made in Israel".
Segundo a mídia israelense, a notícia foi divulgada assim que Pompeo estava saindo do local - que fica na chamada Área C da Cisjordânia.
Com isso, a Presidência de Donald Trump rompe com a longa tradição existente desde 1993, após a assinatura do Acordo de Oslo. Pelo documento, os produtos das Áreas A e B tinham as etiquetas "Made in West Bank" ou "Made in Gaza".
A nova determinação de Trump - que pode ser revogada já em janeiro durante o novo governo de Joe Biden - diz que "todos os produtos onde Israel exerce autoridade relevante, em particular da Área C sob o Acordo de Oslo, devem ser etiquetados como 'Israel' ou 'Made in Israel' quando forem exportados para os Estados Unidos".
Após o anúncio, o porta-voz do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, Nabil Abu Rudeina, afirmou que a decisão é "um desafio à legitimidade internacional" e que a "ação de hoje dos EUA não legitima os assentamentos israelenses que, cedo ou tarde, desaparecerão".
Pompeo é o primeiro secretário de Estado no cargo a visitar assentamentos israelenses em território palestino, uma prática que é condenada, basicamente, por todos os países do mundo e pela Organização das Nações Unidas (ONU) por violar o direito internacional. No entanto, sob o governo Trump, esse tipo de construção foi apoiado pelos norte-americanos e foi, até mesmo, acelerado.
Porém, com a posse de Biden, é provável que essas obras voltem a ser condenadas porque, enquanto era vice-presidente do país durante o governo de Barack Obama, o democrata sempre criticou os assentamentos por impedirem um acordo de paz com os palestinos. .