EUA dizem que Israel fará pausas nos combates em Gaza
Uma rota de evacuação, que permite que as pessoas deixem o norte de Gaza em direção ao sul, está aberta pelo quinto dia
Os EUA disseram nesta quinta (9/11) que Israel iniciará pausas diárias de quatro horas nos combates no norte de Gaza.
Segundo a Casa Branca, haverá um anúncio sobre as pausas três horas antes.
"Israel nos disse não haverá operações militares nestas áreas durante a pausa e que este processo começa hoje", disse John Kirby, porta voz do governo americano.
Os israelenses haviam anteriormente afirmado que fariam "há pausas tácticas e locais para a ajuda humanitária aos civis de Gaza" mas que não haverá cessar fogo, como pede a Organização das Nações Unidas (ONU).
Os combates entre Israel e o Hamas estão acontecendo ao redor do hospital Al Quds, um dos principais na cidade de Gaza, que atende doentes, feridos e também abriga milhares de refugiados.
O correspondente da BBC na Faixa de Gaza, Rushdi Abualouf, relata "um verdadeiro tiroteio" na área.
Uma rota de evacuação, que permite que as pessoas deixem o norte de Gaza em direção ao sul, está aberta pelo quinto dia. No entanto, a passagem de Rafah para o Egipto está fechada, uma vez que o Hamas quer que mais palestinos feridos sejam libertados juntamente com portadores de passaportes estrangeiros.
As autoridades em Gaza, dirigidas pelo Hamas, dizem que os ataques aéreos israelenses continuam, inclusive em Khan Younis, no sul, onde seis pessoas teriam sido mortas.
Israel começou a atacar Gaza após os ataques do Hamas em 7 de Outubro, que causaram a morte 1.400 pessoas e onde 200 foram feitas reféns.
Mais de 10.800 pessoas foram mortas em Gaza desde então, segundo o Ministério da Saúde da região, administrado pelo Hamas, incluindo mais de 4.400 crianças.
Milhares de refugiados
Segundo o correspondente da BBC em Jerusalem, Paul Adams, o momento atual é o de maior fluxo de refugiados civis para o sul de Gaza desde o início da guerra.
Fotos da estrada Salah el-Din mostram milhares de palestinos fugindo dos ataques de Israel no norte, a maioria a pé. Muitos carregam bandeiras brancas (um sinal de rendição) para indicar que são civis.
Nenhuma outra operação militar de Israel em Gaza — e houve muitas — levou a um fluxo tão grande de refugiados.
O cenário é traumático para uma população maioritariamente descendente de refugiados dos acontecimentos traumáticos que rodearam a criação do Estado de Israel em 1948 (conhecido pelos palestinianos como a "nakba" ou catástrofe).
Israel diz que a deslocação de civis será temporária, mas as cenas de destruição de Gaza sugerem que muitos não terão nada para onde voltar quando tudo isto acabar.