EUA e Irã revivem tensão com míssil e ameaças de Trump
Trump e Hossani trocaram acusações sobre acordo nuclear
A tensão entre o governo do Irã e o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a aumentar após os iranianos terem realizado um teste com míssil nesta quarta-feira (1).
Ainda ontem, a Casa Branca advertiu o governo de Teerã e colocou o país em "advertência". "As ações deles são provocatórias e claramente uma violação", disse o conselheiro para a Segurança Nacional, Mike Flynn.
Para Flynn, a administração de Barack Obama "falhou em responder adequadamente aos malefícios" do acordo, assinado com o Irã e demais potências ocidentais, e que os iranianos são responsáveis pelo "tráfico de armas e o apoio ao terrorismo".
Por sua vez, o ministro da Defesa, Hossein Dehqan, confirmou o teste e disse que não houve "nenhuma violação" na execução do treinamento.
"O recente teste está em linha com o nosso programa e não vamos deixar nenhum estrangeiro interferir em nossos assuntos de Defesa. O Irã não viola, de nenhuma maneira, as resoluções da ONU", Dehqan.
Durante toda a campanha eleitoral, Trump criticou o acordo nuclear, classificando-o de "desastroso" e chegou a prometer que cancelaria o documento. Para o novo presidente, os iranianos são uma ameaça aos Estados Unidos e podem causar "ataques terroristas" ao país.
Até mesmo por sua aversão ao governo iraniano, Trump incluiu a nação na polêmica ordem executiva que impede que imigrantes e refugiados de sete países de ingressarem nos EUA pelos próximos 90 a 120 dias.
Por sua vez, o presidente iraniano, Hassan Rohani, fez uma série de críticas ao novo líder de Washington, dizendo que "uma pessoa que acabou de entrar no mundo político não tem o devido conhecimento de campo" e "precisará de muito tempo para adquiri-lo".
"A razão da raiva de Trump pelo acordo nuclear está no reconhecimento ao Irã do direito de enriquecer urânio. Os recém-chegados ao mundo da política, que antes faziam outras coisas, fazem danos aos outros e a si mesmos até que não conseguirem entender o que está acontecendo no mundo", acrescentou Rohani.
Já nesta quinta-feira (2), Trump voltou a usar o Twitter para criticar o acordo e disse que os iranianos "deveriam estar agradecidos pelo terrível acordo que os EUA fez com eles".