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EUA e Reino Unido buscam reforçar laços do Ocidente diante de China e Rússia

3 mai 2021 - 19h53
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O Grupo dos Sete busca cortejar novos aliados para fazer frente aos desafios apresentados por China e Rússia, sem oprimir o governo de Pequim e buscando laços mais estáveis com o Kremlin, disseram dois importantes diplomatas do grupo nesta segunda-feira.

Reunião de ministros do G7 em Londres
 3/5/2021   Jonathan Buckmaster/Pool via REUTERS
Reunião de ministros do G7 em Londres 3/5/2021 Jonathan Buckmaster/Pool via REUTERS
Foto: Reuters

Antes da primeira reunião presencial de ministros de Relações Exteriores do G7 desde 2019, o secretário de Estado do presidente norte-americano Joe Biden, Antony Blinken, tentou passar uma mensagem de multilateralidade após quatro anos da diplomacia pelo Twitter de Donald Trump, que chocou, assustou e alarmou muitos aliados estrangeiros. 

Estabelecido em 1975 como um fórum das nações mais ricas do Ocidente para discutir crises como o embargo de petróleo da Opep, nesta semana o G7 discute China, Rússia, além da batalha contra a pandemia de Covid-19 e os impactos das mudanças climáticas. 

"Não é nosso propósito conter ou oprimir a China", disse Blinken a jornalistas em uma entrevista coletiva ao lado do secretário britânico de Relações Exteriores, Dominic Raab.

Blinken afirmou que o Ocidente defenderia "as regras internacionais baseadas na ordem" de tentativas de subversão vindas de qualquer país, incluindo a China.

A espetacular ascensão econômica e militar da China nos últimos 40 anos é vista como um dos eventos geopolíticos mais significativos dos últimos tempos, assim como a queda da União Soviética em 1991, que pôs fim à Guerra Fria. 

Os diplomatas estão ansiosos para dizer ao mundo que o Ocidente irá se afirmar. Raab falou sobre a construção de alianças ao invés de prejudicá-las.

"Eu vejo sim a crescente demanda e a necessidade por grupos ágeis de países que pensam parecido e compartilham dos mesmos valores e que queiram proteger o sistema multilateral", disse Raab. "Podemos ver uma mudança em direção ao padrão de agrupamentos de países com afinidades e agilidade suficiente para trabalharem em conjunto."

Mesmo sem uma aliança mais ampla, o G7 ainda reúne poder de sobra: juntos, os países do grupo são muito maiores do que a China, tanto economicamente quanto militarmente.

No longo prazo, há preocupações profundas em Washington e nas capitais europeias sobre como o Ocidente deveria agir tanto em relação a Pequim quanto a Moscou. 

Blinken disse que os Estados Unidos preferem laços mais estáveis com a Rússia, mas que isso depende muito de como o presidente russo, Vladimir Putin, decidir agir, especialmente em questões como a Ucrânia, país que Blinken visitará nesta semana. 

"Nós reafirmamos nosso apoio inabalável à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia", disse Blinken. 

"Não estamos querendo escalar a questão: nós preferimos ter uma relação mais estável, mais previsível. E se a Rússia for nessa direção, nós também iremos."

Raab declarou no domingo que o G7 iria analisar uma proposta para construir um mecanismo de resposta rápida para contra-atacar a desinformação russa, e, em referência à China, falou sobre a necessidade de defender o livre mercado e a democracia.

Além dos membros do G7 Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos, o Reino Unido também convidou ministros da Austrália, Índia, África do Sul e Coreia do Sul.

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