EUA pressionam Índia a parar de comprar petróleo venezuelano
Os Estados Unidos estão pressionando a Índia para que pare de comprar petróleo venezuelano, uma grande fonte de receita para o governo do presidente Nicolás Maduro, disse o principal representante de Washington para a Venezuela, enquanto o governo de Donald Trump ameaça mais sanções norte-americanas para cortar as linhas financeiras de Maduro.
"Nós dizemos que você não deveria estar ajudando este regime, você deveria estar do lado do povo venezuelano", disse Elliott Abrams à Reuters em uma entrevista.
A administração Trump deu a mesma mensagem a outros governos, disse Abrams, e fez um argumento semelhante para bancos estrangeiros e empresas privadas que fazem negócios com o governo de Maduro.
Abrams descreveu a abordagem dos EUA como "argumentando, persuadindo, exortando".
A pressão sobre a Índia vem em um momento no qual os Estados Unidos e seus aliados regionais, que apoiam o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, ameaçam mais sanções para cortar o fluxo de receita para o governo de Maduro e forçá-lo a renunciar.
Washington vê Guaidó como o líder legítimo da Venezuela e impôs sanções ao setor petrolífero do país e anunciou congelamentos de ativos e proibições de viagens para os principais funcionários do governo.
O mercado indiano é crucial para a economia da Venezuela, porque historicamente tem sido o segundo maior cliente pagador em dinheiro do petróleo bruto do país, atrás dos Estados Unidos, que através de sanções contra Maduro entregou grande parte dessa receita a Guaidó.
As remessas de petróleo para a China, outro grande importador da Venezuela, não geram caixa porque vão pagar bilhões de dólares em empréstimos feitos a Caracas por Pequim.
As conversações sobre a Venezuela vêm à medida que as tensões comerciais aumentam entre Washington e Nova Déli, e quando os Estados Unidos também pressionam a Índia a deixar de comprar petróleo iraniano.
Os Estados Unidos planejam acabar com o tratamento comercial preferencial para a Índia, que permite a entrada com isenção de impostos de até 5,6 bilhões de dólares em suas exportações para os Estados Unidos.