EUA realizam 5ª execução por asfixia com nitrogênio; ONU classifica método como tortura
Louisiana aplica pela primeira vez o procedimento, já usado em quatro execuções no Alabama
Um condenado à morte foi executado por asfixia com gás nitrogênio na Louisiana, marcando a primeira vez que o estado utilizou esse método. A ONU classifica o procedimento como potencial tortura, e a União Europeia condena o método como cruel.
Pela quinta vez nos Estados Unidos, um condenado à pena de morte foi executado por asfixia com gás nitrogênio. O procedimento ocorreu na noite desta terça-feira, 18, no estado de Louisiana, marcando a primeira vez que o estado utilizou esse método. As informações são da agência Associated Press (AP).
A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica a execução por nitrogênio como uma prática "não comprovada", que pode ser considerada tortura ou um tratamento cruel e desumano. Já a União Europeia condena o método como "particularmente cruel".
O condenado, Jessie Hoffman Jr., de 46 anos, foi declarado morto às 18h50 (no horário local) na Penitenciária Estadual da Louisiana, após 19 minutos de fluxo de gás nitrogênio. Hoffman foi sentenciado à morte pelo assassinato da publicitária Mary "Molly" Elliott, de 28 anos, em Nova Orleans.
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Os advogados de Hoffman recorreram à Suprema Corte dos EUA na tentativa de impedir a execução, alegando que o método viola a Oitava Emenda, que proíbe punições cruéis e incomuns. Além disso, argumentaram que o gás nitrogênio impediria a prática de sua meditação budista, que seria essencial nos momentos finais de sua vida.
A Justiça, no entanto, rejeitou o recurso por 5 votos a 4. Horas antes, um juiz da Louisiana também negou a suspensão da execução.
A execução seguiu um protocolo semelhante ao do Alabama: Hoffman foi imobilizado em uma maca e recebeu uma máscara facial que administrou gás nitrogênio puro, privando-o de oxigênio. Segundo o protocolo, o fluxo de gás deve ser mantido por pelo menos 15 minutos ou até cinco minutos após a detecção de uma linha reta no monitor cardíaco.
Testemunhas de execuções anteriores relataram que presos demonstraram tremores e ficaram ofegantes antes de morrer. Autoridades alegam que esses movimentos são involuntários e resultam da falta de oxigênio.
A execução de Hoffman foi a primeira em Louisiana, mas outras quatro já ocorreram no Alabama. Além desses estados, Mississippi e Oklahoma também aprovaram o uso do nitrogênio. Na terça-feira, o Arkansas tornou-se o quinto estado a autorizar esse método.
Nos últimos anos, a dificuldade em obter drogas para aplicar a injeção letal e a crescente oposição pública à pena de morte levaram à adoção de novos métodos de execução. Louisiana, que não realizava execuções há mais de 15 anos, espera executar pelo menos quatro pessoas em 2025, segundo a procuradora-geral Liz Murrill.