EUA suspendem recursos para órgão da ONU que ajuda palestinos
Os Estados Unidos suspenderam nesta sexta-feira todos os recursos à agência da Organização das Nações Unidas que ajuda refugiados palestinos, em uma ação que provavelmente irá aumentar ainda mais as tensões entre palestinos e o governo Trump.
Um porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, classificou a decisão como "uma agressão flagrante contra o povo palestino e uma provocação às resoluções da ONU".
A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, disse que o modelo de negócios e as práticas fiscais da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) são uma "operação irremediavelmente falha".
"O governo tem revisado cuidadosamente a questão e determinou que os Estados Unidos não farão contribuições adicionais à UNRWA", disse em comunicado.
Nauert disse que a "comunidade exponencialmente e infinitamente expansiva de beneficiários intitulados" da agência "é simplesmente insustentável e está em modo de crise há muitos anos".
A UNRWA diz fornecer serviços para cerca de 5 milhões de refugiados palestinos na Jordânia, Líbano, Síria, Cisjordânia e em Gaza. A maior parte é de descendentes de pessoas que fugiram da Palestina na guerra de 1948 que levou à criação do Estado de Israel.
O porta-voz da UNRWA, Chris Gunness, expressou "profundo pesar e decepção" com a decisão, que, segundo ele, foi surpreendente.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e seus assessores dizem querer melhorar as condições dos palestinos, assim como começar negociações sobre um acordo de paz israelense-palestino.
Mas sob Trump, Washington adotou uma série de ações que alienaram os palestinos, incluindo o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel. A ação - uma inversão de uma longa política dos EUA - fez com que a liderança palestina boicotasse esforços de paz de Washington.