Abdelhamid Abaaoud era cérebro dos atentados do EI na Europa
Abdelhamid Abaaoud, o suposto mentor dos atentados de Paris que morreu na operação antiterrorista realizada nesta quarta-feira (18), era um jihadista belga de origem marroquina, de 28 anos, considerado o "inspirador de vários projetos de atentados terroristas na Europa em nome do Estado Islâmico".
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De acordo com a procuradoria de Paris, Abaaoud foi morto nesta quarta-feira (18), durante uma ofensiva da polícia a um apartamento do município de Saint-Denis, periferia ao norte de Paris, que desarticulou uma célula jihadista que estava pronta para realizar um atentado.
O líder terrorista era amigo de infância dos irmãos Abdeslam, e muito próximo de Salah, o homem mais procurado da Europa desde domingo (15), quando foi identificado como membro de uma das células.
Todos foram criados no distrito de Molenbeek, em Bruxelas, onde o pai de Abaaoud tinha uma loja de roupas na rua mais comercial do local.
Abaaoud se envolveu em um ataque em 2010 com Salah e Brahim Abdeslam, que se suicidou com um colete de explosivos em Paris na sexta-feira (13). O histórico policial de Abaaoud também conta com outros delitos na capital belga, em 2010 e em 2011.
Em 2013, o terrorista viajou da Bélgica para a Síria com o irmão de 13 anos - que na época foi apresentado como o jihadista mais jovem - para se integrar a uma célula do EI com jovens procedentes da Europa. Em pouco tempo, Abaaoud foi encarregado de recrutar outros combatentes que falassem francês.
Em julho, a justiça da Bélgica condenou Abaaoud à revelia a 20 anos de prisão por recrutar jovens belgas que integravam a organização na Síria.
O rosto do terrorista belga ficou conhecido em março de 2014, com a divulgação de vídeos nos quais conduzia uma caminhonete que arrastava vários corpos, enquanto fazia brincadeiras com seus companheiros, em uma região da Síria controlada pelo grupo jihadista. Abaaoud está por trás de vários atentados do Estado Islâmico na Europa.
Em 15 de janeiro deste ano, poucos dias depois dos atentados de Paris contra a redação da revista Charlie Hebdo e alvos judeus, a polícia belga desarticulou na cidade de Verviers uma rede de terroristas - dois foram mortos na operação - que preparavam ataques contra delegacias.
Abaaoud também é considerado mentor de outros ataques do EI na Europa, e em particular na França: o do terrorista do trem Thalys Amsterdã-Paris em agosto, cometido pelo marroquino Ayoub El Khazzani, e o que foi evitado contra uma igreja em Villejuif, nos arredores da capital francesa, com a prisão de Sid Ahmed Glam, que executaria o atentado.
Suspeitas apontam que Abaaoud manteve contato por telefone em janeiro de 2014 com Mehdi Nemmouche, que cometeu o atentado do Museu Judeu de Bruxelas em 24 de maio, no qual morreram quatro pessoas.
Abaaoud, que estava na Síria, tinha ganhado destaque no EI, de modo que fontes dos serviços secretos europeus o consideravam um membro importante dos serviços de espionagem do grupo terrorista e responsável pela preparação de ataques no exterior.
Segundo o "The Wall Street Journal", o terrorista estava sendo vigiado por países ocidentais, que planejavam matá-lo em um ataque aéreo, mas perderam seus rastros há algumas semanas.