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Abusos sexuais cometidos por celebridades serão investigados

Anúncio vem após intensa pressão pública depois das investigações e condenações recentes de conhecidos apresentadores de rádio e TV, acusados de cometerem vários abusos sexuais durante décadas

7 jul 2014 - 16h41
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<p>Casos só vieram a ser investigados agora, depois do caso das centenas de denúncias de abusos cometidos pelo apresentador da BBC Jimmy Savile (foto)</p>
Casos só vieram a ser investigados agora, depois do caso das centenas de denúncias de abusos cometidos pelo apresentador da BBC Jimmy Savile (foto)
Foto: Paul Hackett / Reuters

O governo britânico anunciou uma investigação sobre como eram apuradas pela polícia denúncias de abusos sexuais contra menores nas décadas de 1980 e 1990.

O anúncio vem após intensa pressão pública depois das investigações e condenações recentes de conhecidos apresentadores de rádio e TV, acusados de cometerem vários abusos sexuais durante décadas.

Esses casos só vieram a ser investigados agora, depois do caso das centenas de denúncias de abusos cometidos pelo apresentador da BBC Jimmy Savile, que pipocaram depois da morte deste em 2011, de causas naturais.

Em janeiro de 2013, um relatório revelou que ele cometeu dezenas de estupros e outra centena de outros tipos de abusos sexuais a pessoas com idades de 8 a 47 anos. Ele cometeu esses abusos entre 1955 e 2009, e, apesar das denúncias de várias vítimas, Savile nunca foi indiciado. Ele era conhecido como filantropo e boa parte de seus abusos foram cometidos em visitas a hospitais e outras instituições.

Após a morte de Savile, começaram a vir à tona denúncias sobre abusos cometidos no passado por outros apresentadores e celebridades. Na semana passada, Rolf Harris, conhecido apresentador e músico - famoso, entre outras coisas, por ter apresentado programas infantis no passado -, foi condenado a cinco anos e nove meses de prisão por abuso sexual de meninas, crimes cometidos entre 1968 e 1986.

O juiz que proferiu a sentença disse que Harris usou seu status de celebridade e a confiança que despertava no público para cometer os abusos.

Esses casos fizeram ecoar pelo país as perguntas de como foi possível que esses abusos pudessem ser cometidos sistematicamente por décadas e por que as denúncias não levaram a indiciamentos.

No domingo, o ex-ministro conservador Norman Tebbit, que ocupou diversos cargos ministeriais no governo Margaret Thatcher nos anos 1980, disse que "pode ter havido" um esforço para "abafar" os casos de abusos.

Investigação

Nesta segunda-feira, a secretária do Interior britânica, Theresa May, anunciou no Parlamento a formação e uma comissão para analisar as ações de policiais e promotores após o recebimento das denúncias. Os resultados serão apresentados em 10 semanas.

Após a investigação, haverá um inquérito, conduzido por um painel independente de especialistas em direito e proteção de crianças.

"Nossa prioridade deve ser a acusação das pessoas por trás desses crimes repugnantes", disse Theresa a parlamentares.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeu investigar os supostos casos e disse que não haverá "pedra sobre pedra". Ele disse ser "vital" que lições tenham sido aprendidas sobre "coisas erradas que tenham sido feitas".

"É também importante que a polícia sinta que eles podem ir a qualquer lugar que as evidências os levarem e que eles podem fazer os arranjos necessários para investigar isso corretamente... para nós termos certeza que essas coisas não ocorram novamente", disse.

No ano passado, uma investigação do governo encontrou 527 arquivos potencialmente relevantes que haviam sido mantidos, mas outros 114 estavam desaparecidos, foram destruídos ou não encontrados.

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