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Ação em cidades da Ucrânia é suspensa neste domingo

4 mai 2014 - 20h07
(atualizado às 20h13)
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<p>Pessoas se re&uacute;nem em frente ao pr&eacute;dio sindical queimado&nbsp;em Odessa, neste domingo</p>
Pessoas se reúnem em frente ao prédio sindical queimado em Odessa, neste domingo
Foto: AP

A ofensiva das tropas ucranianas sobre Slaviansk e Kramatorsk, dois redutos dos separatistas pró-russos, foi suspensa neste domingo, embora o governo da Ucrânia não tenha descartado a possibilidade de ações militares em outras cidades.

"Desejamos nos separar de maneira pacífica. Queremos apenas nos separar. Queremos viver por nossa conta", declarou à Agência Efe uma residente de Konstantínovka, região de Donetsk situada ao leste do país.

Esta cidade, situada a cerca de 40 quilômetros ao sul de Kramatorsk e que conta com quase 60 mil habitantes, poderia ser o próximo alvo da "operação antiterrorista" lançada pelas autoridades de Kiev.

Com lágrimas nos olhos, a mulher confessou temer pela vida de seus filhos e assegurou que todos os milicianos presentes nas barricadas são cidadãos locais.

Na noite anterior, as forças governamentais tinham atacado umas instalações de radiotelevisão de Konstantínovka, operação na qual quatro milicianos ficaram feridos, disse à agência Efe um médico do hospital local.

Enquanto isso, os líderes da autoproclamada República Popular de Donetsk continuam os preparativos para o referendo de autodeterminação que foi convocado para o próximo dia 11. "Apoia o senhor a ata de autonomia estatal da República Popular de Donetsk?", diz a pergunta da consulta, declarada ilegal pelas autoridades de Kiev. No entanto, o centro de imprensa dos pró-russos já credenciou cerca de 200 jornalistas.

<p>Cerca de 40 pessoas morreram em um inc&ecirc;ndio em um edif&iacute;cio de Odessa, em 2 de maio</p>
Cerca de 40 pessoas morreram em um incêndio em um edifício de Odessa, em 2 de maio
Foto: Reuters

"Começamos a credenciar os jornalistas na sexta-feira, a fim de facilitar o trabalho da imprensa", explicou à Efe a coordenadora do escritório de imprensa da República Popular de Donetsk, Klavdia Kulbatskaya, na sede do governo regional, tomado há um mês pelos ativistas pró-russos.

A notícia de que a polícia ucraniana libertou as 67 pessoas detidas nos distúrbios da última sexta-feira em Odessa (Mar Negro) foi recebida com gritos de alegria por aqueles que estavam junto à sede governamental, transformada no quartel-general dos ativistas.

A procuradoria regional de Odessa decidiu pôr em liberdade os participantes das desordens "por exigência dos manifestantes", segundo um comunicado policial.

Os pró-russos libertados foram recebidos por familiares, amigos e simpatizantes concentrados no pátio interior do edifício aos gritos de: "Odessa, cidade russa!". Entre os libertados também figurariam partidários da integridade territorial da Ucrânia.

Centenas de manifestantes chegaram à delegacia após marchar pelas ruas da cidade desde a Casa dos Sindicatos, onde um incêndio resultou na morte de cerca de 40 pessoas, em sua maioria pró-russos partidários da federalização da Ucrânia, na última sexta-feira.

Posteriormente, os manifestantes se somaram aos familiares e amigos dos detidos que se concentraram horas antes em frente ao edifício para exigir sua libertação.

Neste domingo, o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, que responsabilizou a polícia pelos fatos trágicos da última sexta-feira, viajou em direção a Odessa.

"Se os órgãos de segurança funcionassem, então esses terroristas deveriam ter sido neutralizados", disse Yatseniuk, que encarregou à procuradoria "encontrar todos os líderes e organizadores" dos distúrbios.

Dezenas de milhares de moradores de Odessa foram hoje às igrejas da região para prestar homenagem aos mortos, enquanto os simpatizantes depositaram ramos de flores em frente à Casa dos Sindicatos.

A Ucrânia declarou ontem e hoje jornadas de luto nacional pela tragédia de Odessa, na qual a maioria dos mortos no incêndio eram pró-russos que tinham tomado o edifício para fugir de radicais ucranianos.

Os pró-russos acusam os radicais ucranianos de incendiar o edifício ao lançar coquetéis molotov e outros artefatos explosivos caseiros, enquanto a polícia assegura que os pró-russos também atiraram objetos e dispararam contra a multidão.

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EFE   
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