Um grupo de analistas da OSCE se transformou neste sábado na primeiro equipe internacional a chegar no local onde caiu dois dias atrás um avião da Malaysia Airlines, no leste da Ucrânia, em meio ao temor pela possível destruição de provas e o roubo de corpos denunciados por Kiev.
Segundo pôde constatar a Agência Efe, os representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) conseguiram chegar a um campo aberto na cidade de Grabovo, na região de Donetsk. Ontem, o grupo teve acesso negado, e hoje só conseguiu chegar ao local após intensa discussão com milicianos pró-russos.
"Se vocês não me deixaram fazer meu trabalho, me queixarei a (Aleksandr) Borodai", disse o suíço Alex Hug, chefe da missão internacional da OSCE para a Ucrânia, se referindo ao líder dos insurgentes pró-russos. Após aproximadamente 30 minutos de debate, os especialistas se resignaram a seguir a rota indicada pelos milicianos, que impediram a saída da estrada que corta o descampado onde a aeronave caiu, com a desculpa de não obstruir o trabalho dos serviços de resgate.
A região, localizada a cerca de 80 quilômetros da capital regional, Donetsk, apresenta um cenário catastrófico. Um grande fragmento da fuselagem do avião permite se ver claramente o emblema da companhia aérea Malaysia Airlines. Outras partes menores do aparelho estão espalhadas por uma grande área, assim como corpos de homens e mulheres que estavam no voo MH17, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur.
Em Kuala Lumpur, o ministro de Transporte da Malásia, Liow Tiong Lai, reivindicou hoje que se proteja a integridade da região onde se encontram os destroços. "É importante que não se comprometa a integridade do lugar do acidente e que se garanta que não se retiram provas da cena", disse a autoridade em entrevista coletiva.
Segundo o ministro, que viajará hoje à Ucrânia, "o mundo tem a obrigação moral de garantir que os corpos sejam retirados com respeito. Precisamos de ajuda para que não se manipule a região, nem as provas. Esperamos que a justiça prevaleça", completou.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou ontem que, segundo informações de inteligência, o avião foi abatido por um míssil terra-ar lançado desde uma área controlada pelos separatistas respaldados pela Rússia na Ucrânia. Obama não envolveu Moscou diretamente, mas garantiu que "não é possível para esses separatistas operarem como fazem sem equipamento sofisticado, além de um treino sofisticado, e ambos procedem da Rússia", explicou.
Destroços do Boeing 777 da Malaysia Airlines que caiu com 295 pessoas à bordo próximo ao vilarejo de Grabovo, na região de Donetsk, na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Destroços caíram na Ucrânia nesta quinta-feira
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Um conselheiro do ministro do Interior da Ucrânia informou que a aeronave foi derrubada por um míssil disparado por separatistas
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Um funcionário dos serviços de emergência disse que pelo menos 100 corpos foram encontrados
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
A polícia e os bombeiros estão no local para atender a ocorrência
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Em comunicado oficial, a Boeing se colocou à disposição das autoridades na investigação do acidente
Foto: Dominique Faget / AFP
Destroços do avião estão espalhados pelo vilarejo de Grabovo
Foto: Dominique Faget / AFP
Entre os mortos haveria 23 cidadãos americanos, mas ainda não há informação sobre as demais nacionalidades
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Em 8 de março deste ano, um outro avião da Malaysia Airlines que decolou de Kuala Lampur em direção à Pequim, com 239 pessoas a bordo, desapareceu dos radares
Foto: Dmitry Lovetsky / AP
Um dos focos de fogo do avião da Malaysia Airliness que caiu nesta quinta
Foto: Dmitry Lovetsky / AP
Seguranças do Aeroporto internacional de Kuala Lumpur, na Malásia procuravam informações do voo que vinha de Amesterdã
Foto: Vincent Thian / AP
A entrada da Malaysia Airlines está fechada no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur
Foto: Olivia Harris / Reuters
Após o acidente, o posto de atendimento da Malaysia Airliness fechou em Amesterdã, na Holanda
Foto: Olaf Kraav / AFP
O presidente da Ucrânia,Petro Poroshenko afirmou ter convicção de que se trata de um "ato terrorista"
Foto: Mykola Lazarenko / Reuters
Este é o segundo avião da empresa que desaparece dos radares nos últimos meses
Foto: Tomas Manan Vatsyayana / AFP
Avião da Malaysia desaparece na Ucrânia perto da Rússia
Foto: Tomas Bartkowiak / Reuters
Em imagem, avião da Malaysia Airlines é fotografado enquanto levanta voo
Foto: FRED NEELEMAN / AFP
Separatista é visto sobre destroços do avião, na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters
Mulher põe flores na entrada do aeroporto de Schipol, em Amsterdã, um dia após a tragédia com o avião da Malaysia
Foto: Dominique Faget /AFP
Homem usa celular para registrar os destroços do avião da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia após ser atingido por um míssil
Foto: Dominique Faget /AFP
Um funcionário do resgate demarca locais em que corpos das vítimas foram encontrados na área em que o avião da Malaysia caiu
Foto: Dominique Faget /AFP
Soldado pró-Rússia encontra um brinquedo entre os destroços do avião da Malaysia Airlines
Foto: Dmitry Lovetsky/AP
Soldados pró-Rússia resguardam a área em que caiu o avião da Malaysia Airlines
Foto: Dmitry Lovetsky/AP
Um representante da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa acompanha os trabalhos de resgate perto de destroços do avião da Malaysia que caiu na Ucrânia
Foto: Dmitry Lovetsky/AP
Separatistas pró-Rússia reúnem pertences de passageiros do avião que caiu na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev/Reuters
Pertences de passageiros encontrados na área em que caiu o avião da Malaysia na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev/Reuters
Pertences de passageiros encontrados na área em que caiu o avião da Malaysia na Ucrânia
Foto: Maxim Zmeyev/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em pronunciamento sobre o desastre do avião da Malaysia; Obama disse que o míssil partiu de um território controlado por separatistas pró-Rússia