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Ataque em boate de Istambul deixa ao menos 39 mortos: entenda o que se sabe até agora

1 jan 2017 - 08h39
(atualizado às 11h47)
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O atentado ocorreu em uma casa noturna de Istambul na noite de Ano-Novo
O atentado ocorreu em uma casa noturna de Istambul na noite de Ano-Novo
Foto: EPA / BBC News Brasil

Um ataque na noite de Ano-Novo em uma boate em Istambul, na Turquia, deixou ao menos 39 mortos, segundo o ministro do Interior do país, Suleyman Soylu.

O atirador abriu fogo contra o público às 1h30 do horário local (21h30 no horário de Brasília) enquanto o público comemorava a virada do ano na casa noturna Reina.

Ele teria agido sozinho, segundo o governo, e ainda não foi encontrado. O ataque deixou 69 feridos, dos quais 4 estariam em estado grave.

Até agora, 21 vítimas foram identificadas, informou Soylu. Havia cerca de 15 estrangeiros entre elas.

"Foi um massacre, uma verdadeira selvageria. A caçada ao terrorista está em curso. Esperamos capturá-lo em breve", disse o ministro.

Vítima de ataque em boate de Istambul é levada por equipe médica
Vítima de ataque em boate de Istambul é levada por equipe médica
Foto: EFE

Os primeiros relatos publicados pela imprensa diziam que o atirador estaria fantasiado de Papai Noel, mas imagens de câmeras de segurança mostram o suspeito vestindo um casaco preto do lado de fora da boate.

O governador de Istambul, Vasip Sahin, disse que o criminoso matou um policial e um civil antes de entrar no local e começar a atirar contra os frequentadores.

"Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, meu marido caiu sobre mim", disse Sinem Uyanik à agência de notícias AP. "Tive que sair debaixo de vários corpos para escapar de lá. Foi aterrador."

A Reina fica à margem do Bósforo, estreito que marca o limite dos continentes asiático e europeu na Turquia.

Havia cerca de 700 pessoas na boate no momento do ataque, segundo relatos, e algumas pessoas teriam pulado na água para fugir.

Equipe da casa noturna posa para foto em imagem de arquivo
Equipe da casa noturna posa para foto em imagem de arquivo
Foto: Reuters

Autoridades turcas não estão divulgando informações sobre o ataque além dos comunicados oficiais que estão sendo feitos, alegando questões de segurança e que isso é necessáro para preservar a ordem pública,

Alguns relatos publicados na mídia até agora dizem que haveria mais de um atirador. Testemunhas teriam dito à agência de notícias Dogan que os autores do ataque estariam falando "árabe", mas não há uma confirmação oficial sobre isso.

Os indícios apontam até agora para o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI) como responsável pelo ato, afirma Rengin Arslam, do serviço da BBC em turco e que está em Istambul.

"Nos ataques realizados nos últimos dois anos, militantes curdos tinham militares e policiais como alvos, enquanto o EI mirava em civis", disse Arslam. "Líderes do EI fizeram ameaças à Turquia e convocaram seus militantes a atacar o país."

A Turquia começou a realizar operações na Síria contra extremistas do EI e grupos curdos há quatro meses.

Em um comunicado, o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, disse que a Turquia "lutaria até o fim contra o terrorismo".

"Estão tentando instalar o caos, desmoralizar nosso povo e desestabilizar o país com ataques abomináveis que têm civis como alvos", disse ele.

"Vamos manter calma, nos unir ainda mais e nunca ceder a essas artimanhas sujas."

De férias no Havaí, o presidente americano Barack Obama foi um dos primeiros líderes globais a se manifestar sobre o ataque, declarando seu pesar pelas vítimas e dizendo que a assistência necessária será prestada às autoridades turcas.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou ser "um dever coletivo combater as agressões terroristas". A Rússia e a Turquia atuam na Síria em lados opostos do conflito.

Istambul estava em estado de alerta, com 17 mil policiais vigiando a cidade, após uma série de ataques nos últimos meses, muitos dos quais foram realizados pelo EI e militantes curdos.

Recentemente, o embaixador russo Andrei Karlov foi morto por um policial turco enquanto discursava na capital Ancara.

O autor do ataque disse se tratar de uma vingança pelo envolvimento da Rússia no conflito na cidade síria de Aleppo.

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