Ato antirracismo em Paris tem multidão e bombas de gás
Milhares de manifestantes antirracismo reuniram-se no centro de Paris, neste sábado, para denunciar a violência da polícia, mantendo a onda de indignação que tomou o mundo após a morte do homem negro de 46 anos George Floyd nos Estados Unidos.
A polícia francesa usou bombas de gás para impedir que os manifestantes marchassem pelo centro de Paris.
A questão racial despertada pela morte de Floyd sob custódia da polícia ressoou na França, especialmente nos vulneráveis subúrbios da cidade, onde grupos de direitos humanos afirmam que acusações de tratamento violento da polícia francesa contra moradores, frequentemente com raízes imigrantes, permanecem amplamente sem serem endereçados.
Um cartaz carregado pela multidão na Praça da República dizia: "Espero que não seja morto por ser negro hoje". Outro carregava uma mensagem para o governo: "Se você semear injustiça, colherá revolta".
Assa Traoré, irmã de Adama Traoré, 24 anos, que morreu perto de Paris, em 2016, após a polícia detê-lo, discursou à multidão.
"A morte de George Floyd ecoa com força na morte do meu irmãozinho na França", disse. "O que está acontecendo nos Estados Unidos acontece na França. Nossos irmãos estão morrendo".
A família de Traoré afirma que ele foi asfixiado quando três policiais prenderam-no no chão com o peso dos seus corpos. As autoridades afirmam que a causa da morte não está clara.
O ministro do Interior, Christophe Castaner, disse anteriormente nesta semana que reconhece que há "suspeitas comprovadas de racismo" nas agências policiais da França.
Protestos também ocorreram em outros países neste sábado, incluindo em diversas cidades australianas, Taipé, Zurique e Londres.