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Balcãs avaliam danos das inundações mais graves em um século

Moradores e voluntários de cidades onde as águas abaixaram começaram a limpar ruas e casas para evitar epidemias

21 mai 2014 - 08h17
(atualizado às 08h30)
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Homem carrega alguns pertences retirados de sua casa em Topcic Polje, Bósnia; pelo menos 40 pessoas morreram em inundações
Homem carrega alguns pertences retirados de sua casa em Topcic Polje, Bósnia; pelo menos 40 pessoas morreram em inundações
Foto: Reuters

Sérvia e Bósnia começaram a avaliar a magnitude dos danos provocados pelas inundações mais graves do último século, que afetaram mais de 1,6 milhão de pessoas e provocaram mais de 45 mortes.

O rio Sava, que desemboca no Danúbio em Belgrado, permanece em nível elevado e milhares de voluntários trabalhavam nas cidades da Sérvia para reforçar os diques de contenção. Nesta quarta-feira, os países temiam novas cheias do rio. 

"Esperamos níveis máximos nesta quarta-feira e na sexta-feira. Se isto acontecer, poderemos afirmar que protegemos Belgrado", declarou o prefeito da capital sérvia, Sinisa Mali.

Na região nordeste da vizinha Bósnia, a situação era ainda mais complicada, especialmente na zona de Orasje, cidade na qual os voluntários instalaram um muro com sacos de areia de seis quilômetros de comprimento ao longo do Sava.

"O Sava ainda é uma ameaça. Os danos são tão grandes que a região pode demorar 10 anos para se recuperar", declarou Blaz Zuparic, funcionário da prefeitura de Orasje.

Várias localidades da região de Orasje estão completamente submersas, especialmente Kopanica, onde apenas os telhados das casas escaparam das águas.

"Agora apenas Deus pode nos ajudar a suportar. Além da catástrofe ecológica, a região passará por um segundo êxodo em 22 anos", declarou Zuparic, em referência ao deslocamento da população provocado pelo conflito étnico na Bósnia (1992-1995).

Nas cidades que registram uma redução do nível da água, os moradores lutam contra o tempo para limpar e desinfetar as ruas, com o objetivo de evitar epidemias.

Na Bósnia e na Sérvia se acumulam os cadáveres de vacas, ovelhas, porcos e outros animais domésticos, vítimas de afogamento e que estão em decomposição.

As condições climáticas mais amenas dos últimos dias, com temperaturas de 24 graus, permitiram o início do trabalho de limpeza das áreas afetadas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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