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Berlusconi pode voltar à vida política, decide tribunal

12 mai 2018 - 13h40
(atualizado às 14h14)
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Condenado cinco anos atrás por fraude, ex-primeiro-ministro estava barrado de cargos públicos. Apesar de "reabilitado", decisão pode ter chegado tarde demais para mais uma candidatura do "Cavaliere" octogenário.O Tribunal de Vigilância de Milão anunciou neste sábado (12/05) a "reabilitação" do ex-premiê da Itália, Silvio Berlusconi, cancelando, para todos os efeitos, a condenação proferida em agosto de 2013, por fraude fiscal de seu grupo de mídia Mediaset.

Foto: DW / Deutsche Welle

Segundo o jornal Corriere della Sera, a decisão é de caráter imediato. Assim, o "Cavaliere" de 81 anos, que já cumpriu três mandatos como chefe de governo da Itália, volta a ser elegível para cargos públicos. Assim, pode teoricamente candidatar-se como premiê, caso falhem de vez os esforços de formação de governo da ultradireitista Liga (antiga Liga Norte) e do populista Movimento Cinco Estrelas (M5S).

"Finalmente chegaram ao fim cinco anos de injustiça", declarou em comunicado o partido de Berlusconi, Força Itália: "Berlusconi pode novamente ser candidato". Segundo a atual líder da legenda, Mara Carfagna, a "reabilitação" põe fim a uma "perseguição judicial" que "não arranhou a força de uma grande liderança, a qual, num cenário político profundamente mudado, é, ainda hoje, fundamental e central".

Tarde demais?

Segundo o procurador-geral de Milão, Roberto Alfonso, os promotores têm 15 dias para decidir se apelarão da sentença. No entanto a decisão poderá ter vindo tarde demais para o político conservador, já que que parecem estar chegando a termo as delongadas negociações entre Matteo Salvini, da Liga, e Luigi di Maio, do M5S.

O presidente italiano, Sergio Mattarella, deu prazo até a segunda-feira para que os dois líderes alcancem um acordo. Do contrário, indicará um primeiro-ministro não político para governar o país, o mais tardar até o fim do ano.

A aliança Liga-Força Itália conquistou 37% dos votos nas eleições gerais de marco, enquanto o M5S tornou-se o maior partido, ficando, sozinho, com 33%. Embora excluído de concorrer, o "Cavaliere" participou ativamente da campanha em nome da coligação populista-ultradireitista.

No entanto as conversas de coalizão governamental ficaram paralisadas, sobretudo devido à recusa do Cinco Estrelas de negociar com Berlusconi, o qual acusam de encarnar a corrupção política da Itália. Na quarta-feira, o octogenário dera a Salvini o sinal verde para negociar sem ele.

De escândalos sexuais a serviços à comunidade

Depois de dominar a política italiana por mais de duas décadas, nos últimos anos Silvio Berlusconi tem lutado para se manter politicamente relevante.

O magnata da mídia foi forçado a renunciar à chefia de governo em 2011. Justamente no auge da crise de endividamento na zona do euro, viera à tona uma série de escândalos sexuais envolvendo suas notórias festas de "bunga bunga".

Condenado dois anos mais tarde, o bilionário aceitou a cumprir a sentença prestando serviços à comunidade, optando por assistir os internos de uma clínica para pacientes de mal de Alzheimer.

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