Berlusconi tem 1º dia de trabalho com pacientes de Alzheimer
Em trabalho social obrigatório, ex-chefe do governo italiano permanecerá quatro horas com pessoas que sofrem de demência senil no centro Cesano Boscone, nos arredores de Milão
O ex-chefe do governo italiano Silvio Berlusconi começa nesta sexta-feira seu primeiro dia de trabalho social obrigatório num centro para pessoas com mal de Alzheimer, uma pena que o magnata quer aproveitar para alimentar sua imagem de homem solidário.
Três vezes chefe de governo e magnata das comunicações, condenado por fraude fiscal, permanecerá quatro horas com pessoas que sofrem de demência senil no centro Cesano Boscone, nos arredores de Milão.
"É um lugar tranquilo, onde não se pode agir de forma inesperada, o que foi explicado a Berlusconi, para que ele compreendesse a situação", contou à imprensa Massimo Restelli, encarregado do pavilhão onde moram os doentes de Alzheimer.
"Ele estará sempre acompanhado de um educador, que será seu referencial", explicou.
O programa do primeiro dia de Berlusconi no centro será dedicado a "entrar em contato com a estrutura, com os profissionais, os educadores, os assistentes e também com os familiares dos pacientes", afirmou Restelli.
A partir da próxima sexta, 16 de maio, um dia da semana por pelo menos 4 horas e durante 10 meses, Berlusconi cumprirá sua pena por fraude fiscal com trabalhos comunitários.
O ex-Cavalieri será integrado à rotina da clínica de "forma gradual" e se encarregará de garantir "vigilância e companhia" a um grupo de 20 idosos com mal de Alzheimer.
Berlusconi, de 77 anos, foi condenado definitivamente em agosto de 2013 a quatro anos de prisão por fraude fiscal, reduzidos a um ano - que deverá pagar com trabalhos em beneficio da comunidade, em vez da prisão domiciliar.
"É um trabalho delicado, porque no momento do almoço é preciso lembrar aos pacientes que eles estão comendo", explicou Restelli, que considera que Berlusconi poderia começar ajudando na hora das refeições.
Em um programa de televisão, Berlusconi, que se sente vítima da justiça italiana desde que entrou para a política em 1994, não perde seu jeito otimista incorrigível e brincalhão.
"Acredito que vão me proclamar santo em breve por todas as coisas injustas que sofri", comentou, pregando novamente sua inocência.