Berlusconi vira réu novamente por manipular testemunha
Ex-premier teria pagado empresário durante investigações
O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi virou réu sob a acusação de ter manipulado uma testemunha entre 2008 e 2009, durante investigação sobre as festas com prostitutas que abalaram sua imagem no fim da década passada.
A decisão foi tomada pela juíza de audiência preliminar do Tribunal de Bari, Anna Depalo. O processo está marcado para começar em 4 de fevereiro de 2019.
Segundo a acusação, Berlusconi, na época primeiro-ministro da Itália, forneceu ao empresário Gianpaolo Tarantini advogados, trabalho e centenas de milhares de euros em dinheiro para que ele mentisse aos procuradores de Bari que investigavam sobre as prostitutas levadas às suas residências de verão entre 2008 e 2009.
As supostas propinas teriam sido pagas por meio do jornalista Valter Lavitola, ex-braço-direito de Berlusconi. Tarantini aliciava garotas de programa para as festas do ex-premier e já foi condenado por favorecimento à prostituição nas noitadas de Berlusconi, apelidadas de "bunga-bunga".
Já condenado em última instância por fraude fiscal, o ex-primeiro-ministro é réu por corrupção de testemunhas em processos que correm nos tribunais de Siena e Roma. Além disso, foi denunciado pelo mesmo crime em Turim.
Os casos, chamados "Ruby ter", dizem respeito a supostos subornos a garotas de programa durante o inquérito Ruby, no qual Berlusconi acabou absolvido pela Suprema Corte dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder.
O ex-premier também é investigado no "Ruby ter" em Pescara, Treviso, Monza e Milão e pode ser alvo de novas denúncias. Os investigadores acreditam que Berlusconi tenha gastado mais de 10 milhões de euros entre 2010 e 2014 para manipular testemunhas.