Bissexuais estão mais propensas à depressão que as lésbicas
Estudo mostra que bissexuais têm maior risco de sofrer preconceito e menor tendência em comunicar sexualidade a amigos e familiares - o que pode causar o aparecimento de doenças
As mulheres bissexuais estão mais propensas a terem problemas de saúde mental do que as lésbicas, apontou um estudo elaborado pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e publicado nesta terça-feira na revista científica Journal of Public Health. De acordo com ele, por serem mais marginalizadas pela sociedade, as bissexuais têm 64% mais possibilidades de sofrer desordens alimentares, 37% mais chances de se automutilar e 26% mais de sofrer depressão do que as lésbicas.
"As pessoas bissexuais têm um risco particular de sofrer invisibilidade e serem marginalizadas nas comunidades de gays e lésbicas, assim como no resto da sociedade", alertou o pesquisador Ford Hickson.
Segundo a pesquisa, as mulheres bissexuais também são menos propensas a comunicar sua sexualidade a amigos, familiares e colegas de trabalho - o que pode ter influência no aparecimento de transtornos.
"Apesar de as bissexuais de nosso estudo terem sofrido menos discriminação de gênero que as lésbicas, isto não significou um benefício para sua saúde mental", explicou o cientista. "Os serviços de saúde deveriam ser advertidos sobre as diferenças e as similitudes entre as mulheres bissexuais e as lésbicas e desenhar sua assistência nesse sentido", afirmou Hickson.
O estudo se baseia na análise de dados obtidos em 2007 a partir dos testemunhos de 5.706 mulheres bissexuais e lésbicas com mais de 14 anos residentes no Reino Unido.