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Europa

Britânico incinera esposa que descobriu sua homossexualidade

Homem queria impedir que esposa revelasse sua orientação sexual

11 abr 2014 - 18h29
(atualizado às 18h38)
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<p>Ginday frequentava bares gays quando já era noivo, segundo a acusação</p>
Ginday frequentava bares gays quando já era noivo, segundo a acusação
Foto: BBC

Um bancário foi condenado à prisão perpétua na Grã-Bretanha por ter assassinado a esposa em uma tentativa de impedi-la de revelar sua homossexualidade.

Jasvir Ram Ginday, 29 anos, atacou Varkha Rani, 27, em sua casa com um tubo de metal de um aspirador de pó.

Ele a estrangulou e, em seguida, queimou seu corpo em um incinerador de jardim, segundo o processo judicial que tramitou em um tribunal de Wolverhampton Crown, na região de Birmingham.

O juiz John Warner disse ao tribunal que Ginday sofria por "ser um homem gay em um mundo hétero". O bancário deverá cumprir pelo menos 21 anos de prisão.

Tradição hindu

Ginday teve um casamento arranjado com a esposa nascida na Índia, em uma cerimônia que teve 700 convidados no ano passado.

O rapaz havia dito a um amigo que sentia atração por homens já em 2008, disse a promotora Deborah Gould.

<p>Ginday atacou a esposa, a incinerou e ainda foi à delegacia para comunicar seu desaparecimento</p>
Ginday atacou a esposa, a incinerou e ainda foi à delegacia para comunicar seu desaparecimento
Foto: BBC

A polícia de West Midlands disse que Ginday frequentava bares gays e teve relacionamentos com homens durante todo o seu noivado com Varkha.

Em agosto, seis meses após o casamento, Varkha desembarcou no Reino Unido para viver com o marido, um especialista em TI que se preparava para assumir um trabalho no distrito financeiro de Londres.

Mas, em 12 de setembro, Ginday teve uma briga com sua nova esposa.

Durante o julgamento, ele alegou que sua esposa ameaçou "expô-lo" como homossexual para a família e amigos. Ela teria tomado a decisão após ter aparentemente descoberto material "comprometedor" em um iPad e iPhone.

Ele disse ao júri que sua esposa havia chegado agitada no quarto e que ele estava "tentando acalmá-la".

O casal acabou no chão, momento no qual ele alegou ter pegado o tubo de metal de um aspirador de pó que estava por perto e, "no calor do momento", atingido o pescoço dela.

Incinerador

Ginday disse que "entrou em pânico" em seguida, arrastou sua noiva para um incinerador e colocou-a dentro do equipamento com uma barra de metal.

Após o assassinato, segundo a polícia, Ginday disse a seus parentes que Varkha o tinha deixado. Ele foi à delegacia com um tio para comunicar o desaparecimento.

Investigadores na área foram avisados de que fumaça havia sido vista na residência.

No jardim da casa em que Ginday dividia com seus pais, agentes encontraram o incenerador e, quando levantaram a tampa, acharam um crânio humano.

Apesar de ter admitido o homicídio e prejudicado o trabalho da Justiça, ele negou ter planejado matar sua esposa.

Na sentença, o juiz John Warner disse: "Matá-la já foi algo terrível o bastante, mas o que se seguiu foi horrível, quase além da imaginação".

"Você se comportou de uma forma inacreditavelmente insensível, com uma completa falta de qualquer humanidade", disse, no veredicto.

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