Campanha contra Aids protagonizada por gays gera polêmica na França
Uma campanha de prevenção contra a Aids realizada pelo governo da França gerou polêmica no país, depois de prefeitos de várias localidades terem se negado a divulgar os materiais em suas cidades, ação que será contestada na Justiça.
O plano de conscientização, que foi elaborado pelo Ministério de Assuntos Sociais e Saúde da França, mostra casais de homens e de mulheres se abraçando ou em cenas de carinho.
"Com um amante, com um amigo, com um desconhecido. As situações mudam, as formas de proteção também", indica a mensagem de uma das imagens distribuídas desde sábado em 130 cidades do país.
A campanha indica que os cidadãos visitem uma página oficial sobre métodos preventivos, mas vários prefeitos do partido conservador Os Republicanos decidiram censurá-la, motivados em parte pelas reclamações de alguns moradores.
O vereador de Aulnay-sous-Bois, Bruno Beschizza, considera que os cartazes da campanha são "contrários à moralidade", representam uma "afronta à dignidade" e podem "ferir a sensibilidade da juventude".
"As primeiras vítimas dessa campanha irresponsável são as crianças que viram sua inocência pisoteada e as pessoas homossexuais, que foram reduzidas a sua libido", afirmou o prefeito-adjunto de Angers, Roch Brancour, pelo Twitter.
Além da censura imposta por alguns governos municipais, atos de vandalismo contra a campanha foram registrados pelo país. Associações como a Eveillerus d'Esperánce afirmou que irá processar a ministra da Saúde, Marisol Touraine, por "corrupção de menores".
A própria ministra, porém, que recorreu à Justiça e anunciou que "pela saúde pública e contra a homofobia" decidiu denunciar a censura praticada por alguns prefeitos.