Campanha do "brexit" acusa Banco da Inglaterra de criar "instabilidade"
A secretária de Estado de Energia e Mudança Climática britânica, Andrea Leadsom, membro da campanha a favor do "brexit", acusou neste domingo o Banco da Inglaterra de fomentar a "instabilidade financeira" no Reino Unido ao advertir sobre os perigos econômicos de deixar a União Europeia (UE).
Leadsom acusou o governador do banco emissor, Mark Carney, de criar alarme nos mercados com um relatório publicado nesta semana que prediz uma possível "recessão técnica" caso a opção de romper com os laços entre Londres e Bruxelas vença no referendo de 23 de junho.
"Não estão em condições de provocar instabilidade financeira, mas isso é o que fizeram" com essa "intervenção incrivelmente perigosa", sustentou a deputada conservadora em entrevista na "BBC".
Também demonstrou o mesmo ponto de vista o ex-ministro de Trabalho e Previdência Iain Duncan Smith, também parte da campanha pelo "brexit", que sugeriu que Carney é pouco "imparcial" e "se equivocou ao expressar o que é, simplesmente, um prognóstico pessoal".
"Aqueles que conhecem Carney me dizem que sempre teve muito apego ao projeto europeu", disse Duncan Smith, que ressaltou que o governador trabalhou para a firma Goldman Sachs, que "está dando fundos à campanha pela permanência".
O responsável do banco central defendeu em outra entrevista hoje à "BBC" que o relatório sobre as possíveis consequências do "brexit" é "absolutamente independente".