Caso Navalny: Berlim pressiona Rússia e ameaça impor sanções
Moscou, por sua vez, acusa alemães de bloquearem investigações
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, ameaçou neste domingo (06) discutir sanções europeias contra a Rússia se Moscou não der explicações "nos próximos dias" sobre o envenenamento do líder da oposição, Alexei Navalny, ocorrido em agosto. Atualmente, Berlim está na presidência rotativa da União Europeia.
Os alemães informaram no dia 2 de setembro que foi encontrada a substância química do tipo novichock na corrente sanguínea do opositor russo e, desde então, cobram explicações do Kremlin sobre o caso.
No entanto, o governo de Vladimir Putin disse que não teve acesso à documentação que comprova o uso do veneno e que os médicos do país não localizaram nada de anormal no corpo de Navalny enquanto ele estava internado em Omsk.
Após a nova fala de Maas, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusou o governo de Angela Merkel de "estar bloqueando a investigação que ela mesmo pede". "Eles estão fazendo isso de propósito?", questionou a representante.
Navalny foi internado na unidade de terapia intensiva do hospital de Omsk no dia 20 de agosto após passar mal durante um voo entre a Sibéria e Moscou. Primeiramente, os médicos russos chegaram a falar em envenenamento, mas voltaram atrás e classificaram a grave situação como uma "desordem metabólica".
Três dias depois, a pedido da família, Navalny foi transferido para o hospital Charitè, em Berlim, onde novos exames foram realizados por conta de uma redução dos inibidores de colinesterase tanto na unidade hospitalar como pelos militares alemães, que encontraram a substância química.
O líder da oposição russa continua sendo mantido em coma induzido, mas sua situação é considerada estável pelos médicos.
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