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Catalunha diz fará seu referendo; Madri promete impedir

29 set 2017 - 13h46
(atualizado às 14h38)
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Estudantes vestem bandeira da Catalunha em protesto favorável a referendo de independência da região da Espanha
28/09/2017 REUTERS/Jon Nazca
Estudantes vestem bandeira da Catalunha em protesto favorável a referendo de independência da região da Espanha 28/09/2017 REUTERS/Jon Nazca
Foto: Reuters

O líder da Catalunha, Carles Puigdemont, deixou claro nesta sexta-feira que o governo local está determinado a realizar um referendo de independência que Madri considera ilegal e que mergulhou a Espanha em sua crise política mais dramática em décadas.

O governo central, que enviou milhares de policiais como reforço à região para impedir as pessoas de votarem, insistiu em afirmar nesta sexta-feira que a consulta não acontecerá.

"Tudo está preparado nas mais de 2 mil seções eleitorais, então elas têm urnas e cédulas, e têm tudo que as pessoas precisam para expressar sua opinião", disse o líder catalão, Carles Puigdemont, à Reuters em uma entrevista concedida nesta sexta-feira.

Os tribunais ordenaram que a polícia isole as escolas a serem usadas como seções eleitorais. Na tentativa de mantê-las abertas, pais convocaram um pernoite em massa no final de semana, com barracas, sacos de dormir, paella grátis e cinema.

Os organizadores disseram que 60 mil pessoas já se inscreveram.

Os separatistas pediram que as pessoas compareçam às urnas como uma afirmação maciça de "resistência pacífica", ainda que sejam impedidas de votar.

"Não acredito que haverá alguém que usará violência ou que irá querer provocar uma violência que manchará a imagem irrepreensível do movimento de independência catalão de pacifista", opinou Puigdemont.

Madri, que reivindica a autoridade de uma Constituição que declara que o país é indivisível, continua a se opor implacavelmente à votação.

"Insisto que não haverá nenhum referendo em 1º de outubro", disse o porta-voz do governo central, Méndez de Vigo, em uma coletiva de imprensa após a reunião semanal do gabinete, reiterando que o plebiscito é ilegal.

Centenas de milhares de catalães foram às ruas nas últimas semanas para protestar contra a campanha de Madri para suprimir a votação. A polícia confiscou milhares de cédulas, e as cortes multaram e ameaçaram prender autoridades regionais.

Como sinal de que grandes multidões devem voltar a tomar as ruas no domingo, a rede de lojas El Corte Inglés disse que fechará três unidades no centro de Barcelona. O governo central informou que o espaço aéreo sobre a cidade será parcialmente restringido.

Puigdemont pediu à polícia que não se comporte de maneira "política" quando cumprir suas funções no dia da votação.

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