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Chantagem e gesto obsceno apimentam campanha eleitoral na Alemanha

14 set 2013 - 07h04
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Um caso de chantagem contra o candidato à Chancelaria da Alemanha, Peer Steinbrück, assim como seu provocador gesto obsceno, apimentam a campanha da oposição social-democrata e são o centro dos comentários da imprensa, faltando uma semana para as eleições gerais.

O autor de uma carta enviada para Steinbrück, na qual exigia a retirada de sua candidatura ameaçando divulgar que o político contratou ilegalmente uma empregada doméstica há 14 anos, foi identificado como um ex-membro da cúpula dos Correios alemães, afirmou neste sábado o jornal "Süddeutsche Zeitung".

O próprio responsável pela carta confessou o fato à promotoria de Bonn, afirmou o jornal, que recupera assim a história divulgada há uma semana pelo popular tabloide "Bild" sobre esse assunto rocambolesco.

A carta anônima estava remetida à esposa de Steinbrück, Gertrud, e aparentemente seu autor a escreveu em um momento de indignação contra o candidato.

Inicialmente, ele não chegou a enviar a carta, mas depois, por uma distração, ela foi parar no correio, informou o jornal de Munique.

O próprio Steinbrück negou categoricamente ter contratado uma empregada doméstica ilegalmente - se trata, aparentemente, de uma filipina que trabalhou para sua sogra.

Além disso, existe a informação sobre o autor da carta, Hermann Ude, homem de confiança do ex-chefe dos Correios, Klaus Zumwinkel, que deixou o cargo por um escândalo de evasão fiscal em 2008 e foi duramente criticado por Steinbrück, que na época era ministro das Finanças.

As novas informações sobre a chantagem acontecem no meio do rebuliço causado pelo próprio Steinbrück, que posou fazendo um gesto obsceno para o suplemento semanal do "Südeutsche Zeitung".

A fotografia monopoliza os comentários, tanto nas redes sociais como na imprensa, seja de forma séria, como em tom de piada. O "Bild" dedica hoje sua capa com muitas "variações" da foto, desde o dedo de Steinbrück transformado em um gancho de pirata até uma montagem com Merkel.

Dois terços dos cidadãos - 62% - desaprovam o gesto do político, que consideram inadequado para alguém que pretende ocupar a Chancelaria alemã, segundo uma pesquisa do instituto "Forsa".

O site do "Der Spiegel" dedica ao assunto seu espaço de maior destaque, afirmando que Steinbrück fez uma aposta com essa provocação, um gesto cujas consequências são difíceis de mensurar e com o qual pretendia fazer uma imagem mais casual nesta reta final de campanha.

As últimas pesquisas da televisão pública alemã "ZDF" divulgadas ontem apontavam para uma precária maioria da coalizão de Angela Merkel frente a um hipotético bloco opositor integrado por social-democratas, verdes e partidos de esquerda.

EFE   
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