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Chefes de espionagem britânicos saem das sombras para atacar Snowden

7 nov 2013 - 18h44
(atualizado às 18h44)
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Da esq. para dir., Andrew Parker, do M15, John Sawers, do M16, e Iain Lobban, do GCHQ
Da esq. para dir., Andrew Parker, do M15, John Sawers, do M16, e Iain Lobban, do GCHQ
Foto: Reuters

Os chefes dos serviços britânicos de inteligência realizaram uma inédita aparição conjunta, com o objetivo de reclamar dos riscos causados pelo vazamento de documentos sigilosos pelo ex-técnico de inteligência norte-americano Edward Snowden.

Numa cena que a imprensa local comparou a filmes do agente James Bond, os chefes das três principais agências de espionagem disseram ao Parlamento que as revelações feitas desde junho por Snowden os levaram a considerar a necessidade de serem mais transparentes sobre suas atividades.

Mas eles disseram que parte do trabalho terá de permanecer secreto, por razões de segurança nacional, e que os vazamentos de dados, que detalham uma estreita cooperação da Grã-Bretanha com a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, causaram enormes danos.

"Os vazamentos de Snowden foram muito nocivos, colocaram nossas operações em risco", disse John Sawers, diretor do MI6, agência britânica de inteligência externa. "Está claro que nossos adversários estão esfregando as mãos de alegria, a Al-Qaeda está lambendo os beiços."

O caráter incisivo desses comentários revela a irritação dos chefes de inteligência com a atitude de Snowden e com jornais que publicaram essa informações, desafiando alertas do governo para não fazerem isso.

Os vazamentos motivaram um amplo debate sobre a necessidade de mais transparência nas atividades de inteligência, e sobre a necessidade de equilibrar as preocupações de prevenção do terrorismo com o direito dos cidadãos à privacidade.

Iain Lobban, diretor da GHCQ, agência britânica de espionagem, disse a parlamentares que os chefes de inteligência estavam "considerando ativamente" a necessidade de partilhar mais informações com o público.

Ele argumentou porém que "certos métodos" deveriam permanecer secretos, e citou o que disse serem exemplos específicos em que os vazamentos de Snowden haviam prejudicado a segurança nacional.

"Já vimos grupos terroristas no Oriente Médio, Afeganistão e outros lugares no sul da Ásia discutindo as revelações em termos específicos", afirmou. "Na verdade vimos conversas em torno de grupos terroristas específicos que, mesmo perto do país, discutem como evitar o que eles agora percebem como sendo métodos vulneráveis de comunicações, ou como escolher comunicações que eles agora percebem como não sendo exploráveis."

O fato de os três chefes de inteligência aparecerem em público juntos - o diretor do MI5, serviço de segurança interna, também estava presente - é algo inédito na Grã-Bretanha.

No passado, essas audiências aconteciam a portas fechadas, e até 1992 até mesmo o nome do diretor do MI6 era sigiloso.

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