Chegada de migrantes forçados à Itália despenca quase 80%
Redução é resultado de acordo com autoridades da Líbia
A chegada de migrantes forçados à Itália despencou 77,7% nos primeiros cinco meses de 2018, confirmando a tendência de queda que já havia aparecido no ano passado.
Segundo o Ministério do Interior, o número de pessoas resgatadas pelas autoridades italianas entre 1º de janeiro e 30 de maio foi de 13.417, contra as 60.228 socorridas no mesmo período de 2017.
Um dos motivos para esse resultado é o acordo entre Itália e Líbia, principal ponto de partida para as "viagens da morte" no Mediterrâneo. O número de migrantes que saíram da costa do país africano e chegaram a portos italianos caiu de 58.258 em 2017 para 9.201 em 2018, redução de 84,2%.
O pacto inclui o treinamento da guarda costeira líbia pela Itália, o que tem feito Trípoli aumentar suas operações de resgate marítimo. Outras ações, como um rígido código de conduta imposto por Roma a ONGs que quiserem atuar no Mediterrâneo, também contribuíram para a queda.
Algumas entidades, como Médicos Sem Fronteiras, suspenderam suas missões na região por causa das exigências feitas pelo governo. O código de conduta obriga as ONGs a darem acesso a policiais a suas embarcações e proíbe a transferência de pessoas resgatadas para outros navios sem autorização da Guarda Costeira.
A crise migratória no Mediterrâneo, provocada sobretudo pela pobreza e violência em nações da África Subsaariana e pela fragmentação da Líbia pós-Kadafi, pavimentou a ascensão de forças de extrema direita na Itália, que agora estão à beira de assumir o governo.
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