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Combates irrompem na Ucrânia às vésperas de novo cessar-fogo

13 fev 2015 - 12h14
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A Ucrânia e os rebeldes apoiados pela Rússia travaram combates intensos no leste do país nesta sexta-feira, apesar de um novo acordo de paz mediado por Alemanha e França.

Soldados ucranianos perto de Debaltseve. 12/02/2015
Soldados ucranianos perto de Debaltseve. 12/02/2015
Foto: Gleb Garanich / Reuters

Um cessar-fogo deve entrar em vigor a partir de domingo pelos termos do acordo, que também prevê a retirada dos armamentos pesados responsáveis por muitas das cinco mil baixas do conflito, iniciado quase um ano atrás.

Kiev afirmou que os rebeldes engrossaram suas forças nas zonas sob domínio separatista desde o pacto, e os dois lados trocam acusações de matar civis.

Duas pessoas foram mortas e seis ficaram feridas quando um projétil atingiu uma cafeteria na cidade de Shchastya, controlada pelo governo mas próxima de Luhansk, bastião rebelde no leste da Ucrânia, informou uma autoridade local, acrescentando que mais projéteis caíram em outros pontos da cidade.

“O sistema de calefação da cidade está quebrado, as linhas de energia estão danificadas, assim como o suprimento de água... então é assim que se prepara um cessar-fogo abrangente”, disse o líder do governo, Hennadiy Moskal, na Internet.

Os rebeldes acusaram as forças ucranianas de bombardearem Donetsk, outro enclave separatista, e a cidade de Horlivka, onde três crianças foram mortas, segundo afirmaram em seu site.

Era possível ouvir o som da artilharia nos arredores de Donetsk, e nuvens de fumaça negra pairavam sobre os subúrbios.

Também eram visíveis os disparos partindo do lado ucraniano, na estrada entre Kramatorsk, controlada por Kiev, e Donetsk, e rebeldes localizados em um posto de verificação próximo da cidade rebelada disseram ter sido atingidos por morteiros. Eles desdenharam da trégua iminente.

“Que tipo de cessar-fogo? Não me faça rir. Este já é o segundo ou terceiro cessar-fogo”, afirmou.

O acordo, selado pelos líderes de Alemanha, Angela Merkel, e França, François Hollande, na quinta-feira depois de 16 horas de conversas noite adentro em Minsk, capital de Belarus, com os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Petro Poroshenko, logo foi ofuscado pelos enfrentamentos.

Um porta-voz militar da Ucrânia disse que 11 soldados foram mortos e que 40 ficaram feridos nas últimas 24 horas. “O inimigo continua a aumentar suas forças nas principais áreas do conflito armado”, afirmou Andriy Lysenko.

Os combates eram intensos especialmente no entorno de Debaltseve, um entroncamento ferroviário que liga as duas principais áreas rebeldes e onde os separatistas usaram foguetes e artilharia para atacar forças governamentais que detêm o controle da cidade.

Os Estados Unidos e a Europa ameaçaram novas sanções contra Moscou se os rebeldes tomarem mais territórios.

O presidente pró-Ocidente da Ucrânia disse não ser ingênuo e querer deixar claro que seu país está longe da paz.

“Ninguém tem uma crença profunda de que as condições de paz que foram assinadas em Minsk serão implementadas rigorosamente”, afirmou Poroshenko.

Diplomatas ocidentais declararam que na segunda-feira a União Europeia levará adiante as sanções já planejadas contra 19 separatistas ucranianos e russos, apesar do cessar-fogo.

(Reportagem adicional de Alessandra Prentice, Pavel Polityuk, Richard Balmforth, Gabriela Baczynska e Alexander Winning)

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