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Comunicado final do G20 não deve abordar crise na Ucrânia

8 abr 2014 - 09h52
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Vista da Praça da Independência, em Kiev. Os líderes financeiros mundiais devem discutir os possíveis riscos à economia europeia devido à crise na Ucrânia, mas não há planos de mencionar o tema no documento final da reunião em Washington, disseram duas fontes do G20. 7/04/2014.
Vista da Praça da Independência, em Kiev. Os líderes financeiros mundiais devem discutir os possíveis riscos à economia europeia devido à crise na Ucrânia, mas não há planos de mencionar o tema no documento final da reunião em Washington, disseram duas fontes do G20. 7/04/2014.
Foto: Valentyn Ogirenko / Reuters

Os líderes financeiros mundiais devem discutir os possíveis riscos à economia europeia devido à crise na Ucrânia, mas não há planos de mencionar o tema no documento final da reunião em Washington, disseram duas fontes do G20.

Ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 --grupo de grandes economias desenvolvidas e emergentes-- discutirão a situação da Ucrânia no encontro de dois dias nesta semana, assim como trataram de crises passadas em outras reuniões, disse uma fonte russa do G20.

"Não há menção à situação na Ucrânia (prevista para o comunicado do G20)", disse a fonte.

"De uma forma ou de outra, a questão será levantada durante as discussões, mas será abordada do ponto de vista dos riscos que a crise na Ucrânia podem gerar para a região como um todo. Trata-se de uma abordagem tradicional", afirmou a fonte, que pediu anonimato.

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O G20 também deve discutir um possível programa do FMI para a Ucrânia, disse outra fonte familiarizada com os preparativos do encontro, acrescentando que a avaliação atual é de que a economia europeia só será afetada se a crise ucraniana se agravar.

"Ela vai aparecer na discussão como um risco geopolítico, mas também porque os russos estão lá não espero muitas discussões no G20", disse a segunda fonte, que não é russa.

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O comunicado do G20 deverá tratar dos problemas nos mercados emergentes e, possivelmente, de medidas para compensar o impacto da redução da política de estímulo do Federal Reserve, banco central norte-americano, e das políticas "controversas" de alguns países individualmente, disse a fonte.

"Grande parte da discussão será dedicada à situação nos mercados emergentes, pois já ficou claro que muitos enfrentam problemas que não são causados exclusivamente pelas políticas do Fed", disse a fonte russa do G20.

"Muitas decisões polêmicas foram tomadas pelas autoridades nacionais. Uma atenção considerável deve ser dada à situação nesses países e às possíveis medidas para superar as consequências negativas."

A desaceleração econômica da China, a fuga de capitais após o anúncio de que o Fed reduziria a política de compra de títulos e o impasse entre a Rússia e o Ocidente por causa da Crimeia são fatores que contribuem para a redução do crescimento entre os emergentes neste ano.

A economia europeia e as estratégias para assegurar um crescimento global equilibrado e sustentável também estarão na pauta.

Outro assunto que paira sobre o encontro é o andamento das reformas do FMI, que deveriam dar mais influência aos grandes países emergentes, como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -- os chamados Brics.

Essas reformas estão atrasadas à espera da liberação de verbas dos EUA para o Fundo, o que depende de aprovação do Congresso. A Rússia pressiona o FMI a promover as reformas mesmo sem a participação dos EUA, mas nada disso foi oficialmente incluído na pauta do G20.

"Neste momento não há opções nem propostas apresentadas", disse a fonte russa. "O processo ainda não saiu do chão."

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Mas, segundo ela, depois da reunião de Washington os Brics podem se unir em sua abordagem a favor das reformas do FMI. "Acho que algumas abordagens e posições comuns serão desenvolvidas para permitir algumas propostas."

De acordo com esse funcionário, o G20 como um todo não tem pressa em buscar qualquer acordo ou compromisso. "Há vários países que estão satisfeitos com o status quo."

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