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Corpos de naufrágio no Mediterrâneo chegam a Malta

Saldo de mortos do desastre de domingo na costa da Líbia é incerto, mas deve ser o mais alto dos tempos modernos envolvendo imigrantes

20 abr 2015 - 11h20
(atualizado às 14h03)
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<p>V&iacute;timas do naufr&aacute;gio sendo carregadas por membros das For&ccedil;as Armadas de Malta</p>
Vítimas do naufrágio sendo carregadas por membros das Forças Armadas de Malta
Foto: Darrin Zammit Lupi / Reuters

Ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reuniram nesta segunda-feira sob pressão para produzir mais que palavras e evitar a morte de imigrantes desesperados no mar Mediterrâneo, enquanto corpos do naufrágio com mais mortes já registrado surgiram nas praias de Malta.

O saldo de mortos do desastre de domingo na costa da Líbia é incerto, mas deve ser o mais alto dos tempos modernos envolvendo imigrantes que são traficados em embarcações frágeis através do Mediterrâneo.

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Autoridades disseram que havia pelo menos 700 pessoas a bordo, algumas supostamente trancadas no porão de carga. A tragédia aconteceu dias depois de outra na qual se acredita terem morrido 400 pessoas. Centenas de quilômetros ao leste, membros da guarda costeira lutavam para salvar imigrantes de outro barco destruído depois de naufragar ao largo da ilha grega de Rodes.

Guardas-costeiros disseram que pelo menos três pessoas morreram no local. Imagens de televisão mostraram sobreviventes agarrados a destroços enquanto eram resgatados. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirmou que outras três embarcações enviaram sinais de socorro nesta segunda-feira.

As autoridades europeias correm para criar uma política que represente uma reação mais humana ao êxodo de pessoas que viajam pelo mar da África e da Ásia para a Europa sem piorar a crise estimulando mais pessoas a partirem.

<p>Imagens mostram desespero em resgate de outro naufr&aacute;gio no Mediterr&acirc;neo</p>
Imagens mostram desespero em resgate de outro naufrágio no Mediterrâneo
Foto: Reprodução / BBC News Brasil

Uma operação naval italiana no sul do Mediterrâneo, conhecida como "Mare Nostrum", foi cancelada no ano passado por causa do custo e da oposição interna aos resgates marítimos, que poderiam encorajar a imigração.

Em novembro, a ação foi substituída por uma missão bem menor da UE, com um terço do orçamento, uma decisão que parece ter tornado a jornada muito mais mortífera para os imigrantes, arregimentados por traficantes de pessoas que prometem uma vida melhor na Europa.

“Essa é uma emergência humanitária que envolve todos nós”, afirmou o diretor italiano da OIM, Federico Soda, que pediu que uma missão equivalente à operação italiana seja relançada imediatamente.

Até 1.500 imigrantes já morreram este ano tentando cruzar o Mediterrâneo, cifra que deve superar de longe os 3.200 que a OIM estima terem morrido fazendo a travessia no ano passado, dado que o pico do verão local ainda não começou. Menos de 100 das mortes de 2014 ocorreram antes de maio.

A OIM diz que mais de 21 mil pessoas já empreenderam a viagem até agora este ano, em comparação às 26 mil do final de abril do ano passado, mas com um saldo de mortes cerca de 15 vezes maior até o momento.

No domingo, a embarcação virou e afundou na costa líbia quando passageiros correram para um lado do barco para chamar a atenção de um navio mercante que passava. Um sobrevivente de Bangladesh afirmou que havia 950 passageiros a bordo, segundo a OIM.

O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, declarou nesta segunda-feira que a ONU deveria enviar uma força para intervir diretamente na Líbia interceptando ou atacando traficantes de pessoas e impedindo a partida dos barcos. A França pediu mais operações de busca e resgate no mar.

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