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Crimeia pede reconhecimento se Escócia votar por separatismo

Com medo da escolha pela independência, o premiê britânico pediu a escoceses que votem "não" e disse que decisão será para o próximo século

10 set 2014 - 12h04
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<p>Partid&aacute;rios de lados opostos fazem campanha antes de referendo sobre a separa&ccedil;&atilde;o da Esc&oacute;cia do Reino Unido</p>
Partidários de lados opostos fazem campanha antes de referendo sobre a separação da Escócia do Reino Unido
Foto: Russell Cheyne / Reuters

O líder da Crimeia, leal ao Kremlin, afirmou que se o mundo reconhece uma votação escocesa a favor da independência, terá que apoiar a decisão desta península de ser anexada pela Rússia.

O primeiro-ministro de fato, Serguei Aksionov, afirmou que o Ocidente "não terá outra alternativa" a não ser respaldar o controverso referendo da Crimeia de secessão da Ucrânia e anexação à Rússia, realizado em março, caso aceite um referendo escocês que aprove uma ruptura com o Reino Unido.

"Se em qualquer país a maioria da população (de uma região) toma uma decisão sobre o estatuto de independência, então eu apoio isto", afirmou Aksionov, segundo a agência russa Interfax.

A comunidade internacional se negou a reconhecer a anexação da Crimeia e apenas alguns poucos aliados do Kremlin apoiaram a iniciativa.

Premiê britânico implora a escoceses para que votem contra

O primeiro-ministro David Cameron implorou aos escoceses, nesta quarta-feira, para que não destruam a “família de nações” britânica, em uma visita à Escócia para tentar conter um forte e repentino crescimento no apoio à separação do país da Grã-Bretanha, que será decidida em um referendo de independência em 18 de setembro.

<p>Premi&ecirc; brit&acirc;nico, David Cameron, pediu para que escoceses votem contra independ&ecirc;ncia</p>
Premiê britânico, David Cameron, pediu para que escoceses votem contra independência
Foto: Luke MacGregor / Reuters

Em um sinal de novo pânico para a elite governante britânica sobre o destino da união de países, que já dura 307 anos, Cameron e o líder da oposição Ed Miliband cancelaram suas sessões semanais de perguntas e respostas no Parlamento para discursar em eventos separados na Escócia.

"Eu ficaria arrasado se esta família de nações ... for dilacerada", disse Cameron, falando num edifício no centro de Edimburgo.

O primeiro-ministro, cujo cargo ficará em risco caso o país perca a Escócia, misturou a emoção com um claro alerta: “Se o Reino Unido for desmembrado, será desmembrado para sempre."

Usando uma linguagem extraordinariamente forte, o primeiro-ministro acrescentou: "Isto é totalmente diferente de uma eleição geral: Esta não é uma decisão sobre os próximos cinco anos, mas uma decisão sobre o próximo século."

Cameron até agora havia ficado amplamente ausente do debate após concordar que sua trajetória privilegiada e militância em políticas de centro-direita não seriam os maiores atrativos para conquistar os escoceses, que elegeram apenas um parlamentar conservador entre 59 em 2010.

Dada a pouca popularidade dos Conservadores na Escócia, a viagem de Cameron está cercada de perigos: se os escoceses votarem pela independência, Cameron será considerado culpado pouco antes das eleições nacionais planejadas para maio de 2015.

Cameron, Miliband e o lider do partido Liberal Democrata, Nick Clegg, todos ingleses, visitaram a Escócia.

Eles realizaram comícios em todas as grandes cidades, cercados de apoiadores com cartazes pelo “Não”. Mas o líder nacionalista escocês Alex Salmond disse que as visitas eram um sinal de pânico que apenas ajudaria a causa do “Sim”.

"Se eu achasse que eles fossem vir de ônibus, eu enviaria a passagem para eles”, disse Salmond, descrevendo Cameron como o líder conservador mais impopular da história entre os escoceses, e Miliband como o líder trabalhista que desperta menos confiança.

Diversas pesquisas de opinião mostraram grande apoio para a independência da Escócia nas últimas semanas, preocupando investidores e trazendo à tona o maior desafio interno do Reino Unido desde a independência irlandesa há quase um século.

Após um possível voto pela independência, a Grã-Bretanha e a Escócia passariam por 18 meses de conversaçõess sobre como dividir tudo, desde o Mar do Norte e a libra esterlina à filiação à União Europeia e a base submarina nuclear britânica de Faslane.

Com informações da AFP e Reuters.

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Fonte: Terra
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