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Defensoras de burkini fazem embaixada francesa virar praia

25 ago 2016 - 14h45
(atualizado às 15h14)
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Manifestação teve até areia, espreguiçadeiras e guarda-sol
Manifestação teve até areia, espreguiçadeiras e guarda-sol
Foto: EFE

Dezenas de mulheres muçulmanas e não muçulmanas, convocadas pelas redes sociais, transformaram nesta quinta-feira a embaixada francesa de Londres em uma praia para protestar pelo veto ao burkini, o traje de banho islâmico que cobre desde a cabeça até os tornozelos.

Sob o lema "Festa na praia: Use o que quiser", 75 mulheres encheram a entrada da embaixada francesa de areia, onde puseram suas espreguiçadeiras e guarda-sol para protestar contra a "censura" e a atuação policial exercida contra muçulmanas nos últimos dias na França.

Várias mulheres se organizaram no dia anterior através do Facebook para reivindicar o direito a usar o burkini, proibido em 30 cidades francesas.

"Estou muito irritada", comentou à Agência EFE Someyie Khem, uma mulher afegã que vive em Londres e que participou da convocação junto com suas duas filhas.

"Não posso nem imaginar o quão assustada estava essa senhora quando estava rodeada de policiais", disse fazendo referência a uma mulher que foi fotografada em uma praia de Nice (França) quando os policiais lhe obrigaram a retirar seus trajes muçulmanos.

Ao protesto também compareceram muitas mulheres não muçulmanas como a ativista britânica Fran Smith, que explicou que tinha participado da concentração para apoiar suas "irmãs muçulmanas".

Protesto aconteceu na frente da embaixada francesa em Londres
Protesto aconteceu na frente da embaixada francesa em Londres
Foto: EFE

A jovem, que usava um biquíni debaixo de seu vestido, defendeu que "a mulher que saiu nos jornais no outro dia não usava um burkini e mesmo assim foi forçada a tirar a roupa publicamente".

"O veto foi reinterpretado de um modo islamofóbico e além disso é misógino porque o alvo são as mulheres", disse.

Uma das organizadoras do evento, Fariah Syed, explicou à Agência Efe que com este protesto pedem que a proibição seja retirada, da mesma forma que "não pediria a um freira que tire seu hábito, nem a um submarinista que tire seu traje de mergulhadora".

"Portanto, por que uma mulher islâmica deveria tirar seus trajes em público por sua religião e a roupa que usa?", perguntou retoricamente a jovem muçulmana de pai de Bangladesh e mãe inglesa.

Várias mulheres se organizaram no dia anterior através do Facebook para reivindicar o direito a usar o burkini, proibido em 30 cidades francesas.
Várias mulheres se organizaram no dia anterior através do Facebook para reivindicar o direito a usar o burkini, proibido em 30 cidades francesas.
Foto: EFE

O protesto foi interrompido momentaneamente por uma mulher que, após pedir a palavra, mostrou rejeição ao evento. Após minutos de discurso, o resto das ativistas sufocou a voz da mulher cantando "Nosso corpo, nossa liberdade".

Esta mulher, de nome Saleha e que tem nacionalidade argelina e francesa, explicou que considera que a "França é um país laico e que é preciso respeitar as leis do país".

EFE   
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