Dinamarca: ataque a local de debate sobre Islã deixa 1 morto
No debate, em Copenhague, estava o autor das charges do profeta Maomé, o cartunista sueco Lars Vilks, que vive sob proteção policial. A polícia acredita que o ataque teve como alvo controverso o cartunista
A primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, classificou neste sábado (14) o atentado de Copenhague, na manhã de hoje que matou um homem de 40 anos e feriu três policiais, como um “ataque terrorista”.
Segundo a polícia dinarmaquesa, um homem, que já foi identificado, fez diversos disparos contra um centro cultural onde acontecia um debate público sobre o islamismo e a liberdade de expressão. No debate estavam o embaixador da França François Zimeray e o cartunista sueco Lars Vilks, conhecido por ter publicado em 2007 caricaturas onde ridiculizava Maomé. Ele vive sob proteção policial desde então. Segundo a polícia, o ataque teve como alvo controverso o cartunista.
A primeira-ministra da Dinamarca disse que o país está em alerta máximo após o ataque. "Nós temos certeza agora que aquilo foi um ataque politicamente motivado e, assim, foi um ataque terrorista. Estamos em estado de alerta em todo o país", disse ela a repórteres perto do local do atentado.
A polícia havia informado que eram dois atiradores, porém, depois divulgou que apenas um homem participou do ataque. A foto do suspeito foi divulgada na internet e mostra um homem usando uma jaqueta escura e um boné. O carro usado na fuga do suposto autor do tiroteio foi encontrado vazio perto do local do ataque, anunciou a polícia no Twitter.
O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, condenou com o maior rigor o que chamou de ataque terrorista.
"Um ataque terrorista teve como alvo uma reunião pública em Copenhague, onde participava o embaixador da França na Dinamarca. Condeno com a maior firmeza este atentado. A França está ao lado das autoridades e do povo dinamarquês na luta contra o terrorismo", declarou o ministro em um comunicado.
O embaixador francês informou em seu Twitter que saiu ileso.
"Dispararam do lado de fora. Tinham o mesmo objetivo que o ataque à Charlie Hebdo, mas não conseguiram entrar", informou ainda, contatado enquanto estava no interior do prédio.
Ele se referia ao ataque jihadistas de janeiro contra a revista satírica Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos.
"Intuitivamente diria que foram ao menos 50 disparos, e os policiais dizem que foram 200. As balas passaram através das portas e todos se jogaram ao chão", afirmou. Ele ainda acrescentou "Conseguimos fugir do salão, e agora continuamos no interior porque a situação é crítica. Os agressores não foram presos, podem continuar na área."
Investigação
A polícia dinamarquesa investiga o atentado contra o centro cultural como um "ato terrorista", disse aos jornalistas Jorgen Skov, porta-voz da polícia, neste sábado.
Os policiais vasculharam a área em busca de provas.
A polícia disse ainda que os seguranças do artista sueco ficaram ao lado de Vilks no momento do tiroteio.
Autoridades do sul da Suécia disseram que estavam ajudando a polícia dinamarquesa. A Suécia se une à Dinamarca por ponte, e de trânsito praticamente não tem fiscalização.
Com informações da Reuters e Agência Brasil