Franceses mostram satisfação com 'não' da Grécia
Partidos de direita e esquerda ficaram satisfeitos com a decisão da população grega
O partido ultradireitista Frente Nacional (FN) e o Partido Socialista (PS), da França, manifestaram neste domingo satisfação pela vitória do "não" no referendo na Grécia no qual os cidadãos votaram sobre a proposta dos credores internacionais sobre o pagamento da dívida do país. Os dois polos políticos franceses, por outro lado, não concordam quanto às consequências que a negativa dos gregos terá em um novo resgate financeiro.
O vice-presidente da FN, Florian Philippot, comemorou pelo "não" grego ter evitado um novo plano de salvamento "que teria custado muito caro aos franceses". "Acho que assistimos ao fim da zona do euro", disse.
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Em entrevista à emissora de rádio "France Info", Philppot afirmou que, assim como considera que "o bom senso se manifestou na Grécia", espera que "possa se manifestar também na França". "Este é um primeiro passo político que mostra que o euro e a União Europeia não são uma máquina irreversível" como se pretendia, declarou.
Já o líder do Partido da Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, mostrou-se confiante que, com o "não" grego, "começará uma nova página na Europa, já que os gregos resistiram apesar de estarem submetidos a uma violência inverossímil". Mélenchon, em uma entrevista à emissora "BFM TV", criticou em particular a chanceler alemã, Angela Merkel, e seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, que de acordo com ele "devem deixar de ser psicorrígidos".
O líder socialista pediu ao presidente francês, François Hollande, a Merkel e aos demais parceiros europeus a agirem, porque, caso contrário "levarão à Grécia à quebra". Dentro do PS, o ex-ministro Arnaud Montebourg, que saiu do governo de Hollande em agosto de 2014 por suas posições rígidas de esquerda, elogiou o povo grego que no Twitter por "saber defender não só seu justo interesse, mas o de todos os europeus".
À direita do espectro político francês, o ex-ministro de Nicolas Sarkozy Eric Woerth pediu "firmeza" a Hollande diante das exigências que o governo grego pode apresentar agora.
Os ex-primeiros-ministros franceses Alain Juppé e François Fillon, de centro-direita, se pronunciaram em favor de esforços para manter a Grécia no euro. Juppé admitiu que serão necessárias "muitas discussões, porque a situação é muito complicada".