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Drone causa distúrbio e traz alerta na Aviação Civil inglesa

Aparelho quase se chocou com Airbus que pousava no aeroporto de Heathrow

8 dez 2014 - 07h41
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'Quase-acidente' levantou debate sobre regras mais rígidas para a operação de drones
'Quase-acidente' levantou debate sobre regras mais rígidas para a operação de drones
Foto: BBC News Brasil

Os drones têm se tornado cada vez mais comuns no mundo inteiro, mas um 'quase-acidente' provocado por um deles na Inglaterra reacendeu a discussão sobre a necessidade de uma legislação mais rígida e apropriada para esse tipo de veículo aéreo.

A Autoridade da Aviação Civil inglesa (CAA, na sigla em inglês) confirmou nesta semana que foi um drone o responsável por quase causar um acidente com um Airbus A320 que se aproximava do aeroporto de Heathrow, em Londres, para pousar em 22 de julho deste ano.

O piloto do avião relatou ter visto um "drone com estilo de helicóptero" quando estava a pouco mais de 200 metros do chão enquanto se aproximava da pista de pouso do Heathrow às 14h16 daquele dia.

A CAA não divulgou a companhia aérea do Airbus, nem quão perto o drone chegou do avião, que tem capacidade para levar 180 pessoas. No relatório que veio a público agora, porém, a Aviação Civil inglesa classificou o acidente como "A", com sério risco de colisão – a classificação mais alta pelos critérios da entidade.

Investigadores não conseguiram identificar o drone, que não aparecia no radar de controle do tráfego aéreo e desapareceu depois de cruzar com o avião.

Alerta de acidente

Em maio, o piloto de um ATR 72 turbo-prop relatou ter visto um drone a apenas 24 metros de distância enquanto ele se aproximava do aeroporto de Southend, também em Londres, a uma altura de 458 metros.

Drone quase se chocou com Airbus que pousava em Heathrow
Drone quase se chocou com Airbus que pousava em Heathrow
Foto: BBC News Brasil

Os incidentes levaram a uma advertência da Associação Britânica de Pilotos (Balpa), que fez um alerta. Segundo a entidade, o rápido aumento no número de drones operados por entusiastas amadores agora representa um "risco real" para aviões comerciais.

 'Quase-acidente' levantou debate sobre regras mais rígidas para a operação de drones

O secretário-geral da associação, Jim McAuslan disse que drones poderiam causar uma repetição da "experiência do Rio Hudson", quando um avião foi forçado a pousar na água em Nova York em 2009, depois que pássaros foram sugados para seus motores.

"O risco de um objecto de 10 quilos atingir um avião é real, e os pilotos estão muito preocupados com isso", disse McAuslan.

As vendas de drones têm aumentado bastante recentemente. No Reino Unido, cerca de 1.000 a 2.000 drones são vendidos todo mês.

Em geral, equipamentos como esse podem custar apenas £ 35 (R$ 142) por um modelo pequeno – os modelos mais avançados ,capazes de carregar uma câmera de alta definição e de voar a 70 km/h podem custa quase £ 3.000 (R$ 12.000).

Apesar de serem cada vez mais populares, os drones raramente são operados por pessoas que tenham passado por cursos de treinamento sobre como utilizá-los. Apenas um pequeno número de pessoas são treinadas para operar o objeto.

'Senso comum'

Um porta-voz da Aviação Civil inglesa disse que "depende das pessoas usar o senso comum quando estão operando drones".

Sgeundo ele, o nível de risco atual de que ocorra algum acidente deve "ser mantido em perspectiva", mas alertou que "quebrar as leis do uso de drones pode ameaçar aviões comerciais".

"As pessoas que utilizam aeronaves não tripuladas precisam pensar, usar o bom senso e assumir a responsabilidade por eles", disse ele.

"Há regras que têm força de lei e têm de ser seguidas."

Drones não podem ser operados a uma altura maior que 400 metros ou 500 metros do operador, e eles não devem ficar a uma distância menor do que 50 metros de pessoas, veículos ou edifícios.

Existem zonas de exclusão ao redor de aeroportos e que impedem a aproximação de drones pesando mais que sete quilogramas.

McAuslan disse que há uma necessidade urgente de regras mais rígidas antes que veículos de carga não tripulados muito maiores – potencialmente do tamanho de um Boeing 737 – dominem o céu.

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