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Egípcio preso em trem na França transportava 'droga do estupro'

O homem de 33 anos, que mora na Itália, transportava a garrafa escondida na mala. Ele foi colocado sob prisão preventiva por "transporte e posse de produtos explosivos"

14 fev 2014 - 09h15
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Um egípcio foi preso nesta quinta-feira em um trem sentido Paris-Veneza, no leste da França e perto da fronteira com a Suíça, com uma garrafa suspeita que continha GHB (ácido gama-hidroxibutírico), substância conhecida como "droga do estupro", usada, por exemplo, no golpe "boa noite, Cinderela".

Inicialmente, cogitou-se a possibilidade de se tratar de explosivo, o que foi descartado pelas autoridades após análise do material.

O homem de 33 anos, que mora na Itália, transportava a garrafa escondida na mala. Ele foi colocado sob prisão preventiva por "transporte e posse de produtos explosivos", informou à AFP o procurador de Besançon, Alain Saffar. 

Sua bagagem teria sido revistada pelo serviço de alfândega na quarta-feira, às 23h45 (20h45 no horário de Brasília).

A garrafa que ele levava, em uma embalagem de alumínio e gesso e com a inscrição "Nitro", chamou a atenção dos agentes, que apreenderam o objeto e interrogaram o passageiro. Quando os agentes da Alfândega lhe perguntaram sobre o conteúdo da garrafa, o suspeito deu "respostas confusas", relatou o secretário-geral da prefeitura, Joël Mathurin.

Foram realizados vários testes durante o dia no posto alfandegário de Vallorbe (Suíça) para determinar o conteúdo exato da garrafa. Nesse local, a alguns quilômetros do centro da cidade, os agentes isolaram um perímetro de segurança de 70 metros, sem afetar o tráfego da rodovia RN 57, que liga ambos os países.

As autoridades iniciaram o procedimento conhecido como NRBC (nuclear, radiológico, biológico e químico). Os cinco agentes da Alfândega e três gendarmes que tiveram contato com o suspeito e com o material supostamente contaminado foram postos sob cuidados médicos por precaução. Os exames descartaram qualquer tipo de contaminação.

Uma equipe de especialistas em explosivos foi enviada para o local pela manhã para analisar o conteúdo da garrafa, de consistência entre líquida e sólida. Na metade do dia, os especialistas solicitaram um laboratório móvel para realizar análises mais sofisticadas, por meio do protocolo NRBC. "O produto contido na garrafa apresentou reações positivas aos testes para substâncias explosivas", disse Saffar, inicialmente.

À noite, a prefeitura anunciou que análises mais exaustivas permitiram descartar "os riscos maiores de explosivos", assim como o perigo de agentes transmissores de doenças infecciosas. Finalmente, "o produto deu positivo para o teste do GHB", produto proibido na França, declarou Saffar à AFP.

No anos 1960, o GHB, um componente natural das células humanas, foi desenvolvido como anestésico. Hoje, misturado com bebida alcoólica, é muito utilizado como droga, o chamado "ecstasy líquido". Seu efeito é, porém, depressivo e não estimulante. Há algumas décadas, era vendido livremente como anabolizante.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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