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Eleições e desemprego marcam 1º de maio na Espanha

1 mai 2015 - 09h47
(atualizado às 09h47)
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As eleições municipais e regionais do dia 24 de maio e o elevado índice de desemprego, com mais de cinco milhões de pessoas sem trabalhar, marcam as manifestações desta sexta-feira na Espanha por causa do Dia do Trabalho.

Em 80 cidades espanholas foram convocadas mobilizações pelos principais sindicatos do país, Comissões Operárias (CCOO) e União Geral de Trabalhadores (UGT), sob o lemas como "Assim não saímos da crise", "As pessoas são prioridade" e "Acabar com a política de cortes".

Neste ano eleitoral, a saída da crise e a criação de emprego são objetivos comuns de todos os partidos. Cerca de 23% da população em idade ativa na Espanha está desempregada, o que representa a segunda porcentagem mais alta da União Europeia depois da Grécia, com um 25,8%, segundo os últimos dados do Eurostat.

Enquanto o governo do Partido Popular (centro-direita) garante que o país começou a sair da crise com perspectivas de crescimento de até 2,9% para este ano, os sindicatos denunciam "o desperdício" das políticas de austeridade e seus efeitos devastadores no emprego, na coesão social e na qualidade de vida.

Milhares de pessoas que participaram da manifestação do 1º de maio no centro de Madri, liderada pelos líderes de CCOO e UGT, Ignacio Fernández Toxo e Cándido Méndez, pediram o fim das políticas de cortes de programas sociais.

Na centro da manifestação marcharam líderes e candidatos de partidos de esquerda à prefeitura e à região de Madri, como Ángel Gabilondo e Antonio Carmona, respectivamente, pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

Neste ano, as mobilizações celebram o 125º aniversário do 1º de maio. E as denúncias da corrupção também estiveram presentes nas manifestações.

"Há dinheiro para Rato", dizia um dos cartazes na manifestação de Madri, em alusão ao ex-diretor do FMI e ex-ministro da Economia espanhol Rodrigo Rato, investigado por fraude fiscal, lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, reconheceu nesta sexta-feira o desafio que representa a criação de emprego e, após lamentar que muita gente esteja sem trabalho, afirmou que "as coisas começam melhorar e muita gente conseguirá um posto de trabalho na Espanha, assim como nos próximos anos".

Rajoy pronunciou essas palavras em ato em Madri no qual entregou a Medalha de Ouro ao Mérito no Trabalho ao tenista Rafael Nadal, pelo "trabalho bem feito".

Em Barcelona, milhares de pessoas também participaram da manifestação do 1º de maio, sob o lema "Precariedade é exploração", na qual dirigentes sindicais locais marcharam junto a líderes de partidos de esquerda e independentistas.

De Valência, o líder do PSOE, Pedro Sánchez, se comprometeu com a aprovação ainda este ano de "um novo Estatuto dos Trabalhadores que seja uma carta de direitos trabalhistas, e não um catálogo de precariedade laboral, no qual se transformou com a reforma trabalhista do Partido Popular".

Em declarações aos jornalistas, o dirigente socialista se mostrou convencido que nas eleições locais do dia 24 de maio será aberta uma nova etapa que "regenere a democracia" e que aprove esse novo Estatuto dos Trabalhadores.

EFE   
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