Eleições na Itália têm filas, cédulas erradas e protesto
Dia de eleição ao Parlamento foi tumultuado em todo o país.
Não bastasse o clima de incerteza política, a Itália enfrentou outros problemas nas eleições legislativas deste domingo (4): filas enormes, cédulas de votação erradas e um protesto de uma ativista com os seios à mostra. As filas, que chegaram a mais de uma hora de espera em alguns centros eleitorais, foram causadas pelo chamado "talloncino anti-frode", uma área de cada cédula de votação que precisava ser destacada pelos fiscais eleitorais. Esta é a primeira vez que o "talloncino anti-frode" está sendo usado nas eleições. Ele foi imposto pela nova lei eleitoral, aprovada em outubro, e tem como objetivo aumentar a fiscalização contra fraudes.
Cada cédula eleitoral (para a Câmara dos Deputados e para o Senado) contém uma área retangular para ser destacada e guardada. O papel é marcado por uma sequência numérica, a qual é anotada pelo fiscal com o registro do eleitor. O fiscal de cada seção também era o responsável por destacar o "talloncino" e depositar os votos nas urnas, o que causou confusão com eleitores idosos que se recusaram a entregar a cédula de voto para os funcionários - procedimento instaurado pela nova lei eleitoral.
Outra confusão ocorreu no bairro de Parioli, em Roma. As cédulas eleitorais que chegaram para os centros de votação estavam com os nomes dos candidatos escritos de maneira errada. Com isso, 36 eleitores que já tinham depositado seus votos na urna tiveram que cancelar as cédulas e votar novamente.
Em Castelnuovo di Porto, perto de Roma, motoristas ficaram 3 horas no trânsito devido a bloqueios impostos em locais onde estão sendo apurados os votos de italianos que vivem no exterior. As confusões e as enormes filas obrigaram o governo italiano a fazer um apelo para que os eleitores não deixassem para ir às zonas eleitorais na última hora.
Apesar das urnas fecharem às 23h locais (19h de Brasília), o governo solicitou que os italianos chegassem até 22h. O episódio que chamou mais atenção, porém, ocorreu em Milão, quando o ex-primeiro-ministro e líder do partido Força Itália (FI), Silvio Berlusconi, foi votar. Uma ativista do movimento "Femen" que estava na sala de votação subiu em uma mesa, tirou a blusa e mostrou uma mensagem de protesto ao político: "Berlusconi, seu tempo acabou", dizia o texto, pintado em seu torso.
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