Em protesto, estudantes assistem à aula de roupa íntima na Hungria
Estudantes da universidade de Kaposvar, no sudoeste da Hungria, assistiram aula usando apenas roupa íntima em protesto contra a decisão do reitor de criar um código de vestimenta severo, informou nesta sexta-feira a imprensa local.
Vários estudantes de teatro, junto com a professora, ficaram apenas de roupa íntima durante uma aula e anunciaram uma manifestação para 7 de outubro contra as "instruções do reitor".
O reitor Ferenc Szávai tinha ordenado a proibição do uso de "minissais, calças curtas, decotes exagerados, chinelos e o uso excessivo de perfume e maquiagem".
Além disso, o reitor considera "adequado" que os estudantes e professores homens usem calça comprida, camisas ou camisetas e sapatos fechados, enquanto nas provas usem ternos, sapatos e meias escuras.
As estudantes e professoras devem usar saia ou calça, com blusas claras e nas provas a versão "elegante" destas vestimentas, acrescentou.
"As exigências gerais são a aparência limpa (cabelos, unhas e face) e roupa passada", concluiu o reitor em suas novas instruções.
O descontentamento foi geral, primeiro por parte dos estudantes e organizações juvenis, mas também do próprio comissário dos Direitos Educativos da Hungria, Lajos Aáry-Tamás, que disse que estas instruções são "inaplicáveis" e propôs que sejam retiradas.
"O senhor reitor pode querer regulamentar outras coisas como altura, cor de cabelo, mais tarde a cor de pele, religião e origens", disse no Facebook o eurodeputado húngaro Tamás Deutsch, ao recomendar que Szávai consulte um médico.