Entenda por que Breivik foi condenado a 21 anos de prisão
24 ago2012 - 12h35
(atualizado às 13h52)
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A pena máxima de prisão na Noruega atualmente é de 21 anos, depois que o país aboliu a prisão perpétua em 1971 como parte de seu objetivo de reabilitar e reintegrar criminosos à sociedade, explicou um professor de Direito norueguês à
O assassino em massa Anders Behring Breivik recebeu a pena máxima nesta sexta-feira depois que um tribunal de Oslo o considerou mentalmente são e culpado por "atos de terror" pela detonação de uma bomba em Oslo e por um tiroteio na ilha de Utoeya, ações que deixaram 77 mortos em julho de 2011.
Uma lei norueguesa antiterrorismo de 2009 aumenta para 30 anos a pena máxima, mas a nova legislação ainda precisa entrar em vigor. Fora da Noruega, a sentença desta sexta-feira foi vista por muitos como branda. No entanto, a detenção de Breivik pode ser estendida de forma indefinida enquanto ele for considerado uma ameaça à sociedade.
"Reflete a cultura norueguesa. O objetivo do sistema judiciário é, finalmente, obter a reabilitação de criminosos", explicou à AFP Jo Stigen, um professor de Direito Penal da Universidade de Oslo. Ele afirmou que a maioria dos noruegueses não pensa que o sistema legal tratou Breivik suavemente. "É psicologicamente satisfatório ele ter recebido a pena máxima. É um sinal forte à sociedade", disse.
Uma pesquisa no jornal Verdens Gang desta sexta-feira mostrou que 62% dos noruegueses estão convencidos de que Breivik "nunca será um homem livre".Se este for o caso, Breivik será um preso muito singular na Noruega. De acordo com Stigen, nenhum prisioneiro norueguês está detido por mais de 21 anos.
Outro professor da Universidade de Oslo, Hans Petter Graver, disse, no entanto, que não está descartado que Breivik possa ser libertado em menos de 21 anos. "O princípio fundamental por trás do sistema norueguês não é que as pessoas passem suas vidas na prisão, mas que sejam reintegradas à sociedade", explicou ao site do jornal Dagbladet. "Ninguém sabe como Breivik vai evoluir em 15, 20 anos. A sociedade também evolui com o tempo", acrescentou.
A Noruega aboliu a prisão perpétua em 1971, adaptando sua legislação para refletir a realidade. "A prisão perpétua não era usada há muito tempo", explicou Stigen. O país precisou então reinstaurar as prisões perpétuas para crimes contra a Humanidade e genocídio para respeitar suas obrigações internacionais, embora nenhum norueguês tenha sido condenado até hoje por esses crimes.
O massacre praticado por Breivik não levantou um debate sobre a pena de morte na Noruega, onde o último caso de pena capital data de 1948 como parte das execuções do pós-Segunda Guerra Mundial, de acordo com a Anistia Internacional. Para criminosos civis, a pena de morte foi abolida em 1905.
Brevik gesticula com a mão sobre o peito ao chegar para a primeira sessão de julgamento em Oslo
Foto: AP
Moradores de Oslo acompanham o julgamento de Breivik através de uma televisão
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A promotora Inga Bejer Engh lê detalhes sobre as vítimas do atirador ultra-direitista
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Jornalistas e fotógrafos se aglomeram em tribunal de Oslo para acompanhar o julgamento do atirador
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O atirador norueguês Anders Behring Breivik chora no momento em que a promotoria exibe o vídeo de seu manifesto de extrema-direita em tribunal de Oslo. O atirador, autor do duplo atentado realizado em 22 de julho de 2011 na Noruega, no qual 77 pessoas morreram, começou a ser julgado em Oslo nesta segunda-feira
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Breivik sorri durante o primeiro dia de seu julgamento. Ele é acusado de matar 77 pessoas em dois atentados distintos em 22 de julho de 2011
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Ele admitiu ser o autor da matança de 77, no entanto declarou-se penalmente inocente no início de seu julgamento. "Reconheço os fatos, mas não reconheço minha culpa" no sentido penal, disse o acusado
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Breivik faz gesto com o punho cerrado ao chegar a tribunal. Ele alega fazer parte de uma organização de extrema-direita inspirada nos Cavaleiros Templários, mas a polícia afirma que não há nenhuma evidência de que ele participasse de grupo algum
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Breivik se emocionou com a transmissão de seu vídeo pela promotoria
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Breivik conversa com o advogado de defesa, Geir Lippestad
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Comboio transportando Anders Behring Breivik se dirige a tribunal em Oslo para o segundo dia de julgamento do autor dos ataques que fizeram 77 mortos em julho do ano passado
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Geir Lippestad, advogado de Breivik, é cercado por jornalistas na chegada ao tribunal em Oslo
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Breivik volta a cumprimentar os presentes no tribunal onde está sendo julgado com um braço estendido e o punho fechado
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Breivik sorri para um dos membros de sua equipe de defesa, a advogada Vibeke Hein Baera
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Breivik ajusta a gravata durante terceiro dia de julgamento
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No terceiro dia do seu julgamento, Breivik voltou a fazer a saudação romana antes perante o tribunal, em Oslo
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Durante o julgamento, o norueguês apontou a execução ou a absolvição como as únicas soluções para a sua situação
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Em várias ocasiões, o acusado se negou a responder os questionamentos, mostrou sinais de irritação e se contradisse, mas não perdeu a calma
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Anders Behring Breivik, responsável pela morte de 77 pessoas em julho passado na Noruega, é julgado pelo terceiro dia consecutivo em Oslo
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O assassino confesso de 77 pessoas conversa com seu advogado, cercado por policiais, após uma pausa para o almoço
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O extremista de 33 anos pode ser condenado a 21 anos de prisão
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Se os cinco juízes do tribunal de Oslo considerarem que Breivik não pode ser apontado como penalmente responsável, o réu deve ser internado em um hospital psiquiátrico
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Na retomada do julgamento, nesta quinta, pela primeira vez Anders Behring Breivik não fez a saudação extremista que vinha repetindo desde segunda-feira. O advogado de defesa, Geir Lippestad, havia anunciado na quarta-feira que pediria a Breivik renunciasse ao gesto de bater no peito e levantar o braço direito com o punho fechado
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"Eu não sou um caso psiquiátrico. Eu sou criminalmente são", afirmou Breivik no quinto dia de julgamento
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Breivik olha para seus advogados de defesa Geir Lippestad e Vibeke Hein Baera, durante o julgamento
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Ele afirma estar em guerra contra "as elites" que permitem a "islamização" da Europa e admitiu os fatos, mas se recusa a afirmar que é culpado
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Em seu relato, Breivik definiu os fatos como "atos horríveis, atos bárbaros" e explicou no tribunal que pensou em uma "operação suicida" depois de ter esgotado todas as vias pacíficas para promover suas ideias nacionalistas
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"É preciso desumanizar o inimigo. Se não tivesse feito isto, não teria obtido sucesso"
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O terrorista Anders Behring Breivik conversa com os advogados de defesa Vibeke Hein Baera (dir.) e Geir Lippestad na abertura da sessão desta segunda-feira de seu julgamento, em Oslo. Este é o último dia de depoimentos do extremista
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Breivik conversa com o advogado de defesa Geir Lippestad
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Brevik pediu nesta segunda-feira desculpas às famílias e aos feridos sem filiação política atingidos nos atentados de julho do ano passado. No entanto, ele não estendeu os sentimentos às vítimas ligadas à socialdemocracia norueguesa
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Os promotores Inga Bejer Engh e Svein Holden trabalham no julgamento de Anders Behring Breivik
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Breivik acompanha o depoimento do policial Thor Langli na corte de Oslo
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O policial norueguês Thor Langli depõe no banco das testemunhas; após seis jornadas de depoimentos e perguntas a Breivik, as testemunhas do atentado de Oslo iniciam sua participação no julgamento em Oslo
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Anders Behring Breivik aguarda o início da sessão em mais um dia de julgamento, que começou em 16 de abril
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Breivik conversa com Tord Jordet, um de seus advogados de defesa
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O autor confesso dos atentados na Noruega em 22 de julho do ano passado conversa com um dos advogados de defesa
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Breivik conversa com Vibeke Hein Baera, advogada da equipe de defesa, antes do início da sessão
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Nomeados pelo tribunal de Oslo para examinar a saúde mental do réu, os psiquiatras Synne Soerheim e Torgeir Husby concluíram, em novembro passado, que Breivik sofre de "esquizofrenia paranoide"
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Oficial remove as algemas de Anders Behring Breivik em mais uma sessão de julgamento, na corte de Oslo, na Noruega. O autor confesso dos atentados de 22 de julho de 2011 acusou os psiquiatras de inventar coisas com o objetivo de fazê-lo passar por louco. "Eles estavam emocionalmente influenciados (pelos ataques) e não tinham competência para avaliar um autor de violência políticas", disse Breivik
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Breivik reconheceu os atos, mas não se declarou culpado, por considerar que seu gesto foi um "ataque preventivo contra os traidores da pátria"
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Nas duas últimas semanas, o tribunal concentrou-se principalmente em ouvir Breivik
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Depois dos depoimentos de hoje, o julgamento foi suspenso até a próxima quinta, quando o tribunal se concentrará na matança de Utoya
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Anders Behring Breivik sorri no tribunal de Oslo, na Noruega, onde é julgado pelo assassinato de 77 pessoas em dois ataques perpetrados no ano passado. Nesta sexta, testemunhas que sobreviveram aos atentados depuseram diante das autoridades
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Simen Braenden Mortensen, o guarda que recebeu Anders Behring Breivik vestido de policial na ilha de Utoya, acompanha o julgamento na corte de Oslo
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A roupa de policial que Breivik usou no ataque à ilha de Utoya é exibida na corte da capital norueguesa
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O crachá falso de policial que o atirador norueguês usou para cometer o massacre na ilha de Utoya é exibido no julgamento
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Breivik conversa com um de seus advogados, Geir Lippestad, antes do início da sessão
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O autor confesso dos atentados de 22 de julho de 2011 na Noruega participa da audiência
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Anders Behnring Breivik chega à corte de Oslo cercado por policiais no 11º dia de seu jugamento, na Noruega
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O advogado de defesa, Geir Lippestad, conversa com Breivik nesta quarta-feira
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"Estou totalmente certa de ter ouvido gritos de alegria", afirmou a secretária-geral do Movimento da Juventude Trabalhista, Tonje Brenna, de 24 anos, primeira sobrevivente que testemunhou no julgamento de Breivik
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Breivik sacudiu a cabeça para expressar sua reprovação quando foi acusado de expressar alegria durante o massacre
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Anders Behring Breivik chega para o 15º dia de seu julgamento em Oslo, quando iniciou ou processo de depoimentos de sobreviventes ao massacre de 69 pessoas na ilha de Utoya. Breivik foi acusado de gritar de alegria enquanto comandava a matança de jovens
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A juíza Wenche E. Arntzen participa da sessão do julgamento de Breivik
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A promotora pública Inga Bejer Engh (esq.) conversa com os advogados de Defesa Geir Lippestad (centro) e Vibeke Hein Baera. A defesa de Breivik tem enfatizado a frieza a fim de contrabalançar o testemunho ouvido na véspera, segundo o qual o extremista estava eufórico ao atirar nos jovens
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Breivik é observado por pessoas que compareceram ao julgamento, entre elas parentes de vítimas e sobreviventes. O estudante de 18 anos, Lars Henrik Rytter Oeberg, contou como, das águas geladas do lago onde se atirou, viu Breivik se aproximar de um rapaz, que tentava proteger sua cabeça com os braços, e como ele o baleou. "Ele tinha um rosto de mármore"
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Anders Behring Breivik chega para o 16º dia de seu julgamento em tribunal de Oslo. Breivik, julgado pelo massacre de 77 pessoas no ano passado na Noruega, foi acusado nesta quinta-feira por sobreviventes de executar friamente suas vítimas e de ignorar suas súplicas ao atirar metodicamente contra aqueles que estavam caídos no chão
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O terrorista Anders Behring Breivik sorri durante mais um dia de seu julgamento, em Oslo
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O atirador norueguês Anders Behring Breivik assume sua posição em tribunal de Oslo. Nesta segunda-feira, Frida Holm Skoglund, jovem de 20 anos que sobreviveu ao massacre na ilha de Utoya, afirmou na corte que "ganhamos e ele perdeu", antes de acrescentar que "os jovens noruegueses sabem nadar"
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Homem não identificado é carregado em maca após colocar fogo em si mesmo em frente ao local em que Breivik está sendo julgado
Foto: AP
Paramédicos transportam para ambulância homem que ateou fogo a si mesmo em frente a tribunal de Oslo onde Anders Behring Breivik está sendo julgado. O homem foi detido por policiais e por equipes de segurança do local quando tentava entrar na corte engolfado em chamas. Ele teve as roupas removidas pelas autoridades e estaria gravemente ferido
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Anders Behring Breivik é julgado pelo massacre em que tirou a vida de 77 pessoas
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Andrine lembrou como Breivik, disfarçado de policial para burlar a vigilância, aproximou a arma a 10 centímetros da cabeça de um de seus companheiros e disparou
Foto: AFP
Andrine Johansen, que sobreviveu ao massacre na ilha de Utoya em julho do ano passado, depõe no tribunal de Oslo, na Noruega. Ela disse que outro jovem presente na ilha salvou sua vida ao se jogar na frente dela quando Breivik atirou
Foto: AFP
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Breivik conversa com o advogado de defesa, Geir Lippestad, no tribunal
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Breivik tem as algemas retiradas por policial ao chegar ao tribunal nesta segunda-feira
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O juiz Ernst Henning Eielsen (dir.) acompanha o julgamento de Breivik nesta segunda-feira, em tribunal de Oslo. O juiz, um dos cinco do caso, foi flagrado por câmeras de televisão jogando Paciência em seu computador
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Frame de vídeo do grupo norueguês VG mostra o momento em que o juiz Ernst Henning Eielsen jogava paciência
Foto: VG / Reprodução
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Anders Behring Breivik chega à corte de Oslo e passa por sala isolada por vidro à prova de balas
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A promotora Inga Bejer Engh expressa os argumentos finais da acusação contra o autor confesso dos atentados
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O promotor Svein Holden faz pronunciamento na corte de Oslo e pede a internação psiquiátrica de Breivik
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O promotor Svein Holden observa a corte, de onde Anders Behring Breivik assiste à audiência
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Breivik assiste à sessão na qual os argumentos finais da promotoria foram apresentados
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Breivik, que assumiu a autoria dos atentados de 2011, sorri durante a audiência na corte de Oslo
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"Se o tribunal concluir que Breivik é responsável, a promotoria estima que sejam cumpridas as condições para a retenção de segurança", disse a promotoria
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Anders Behring Breivik, autor confesso dos atentados de 22 de junho de 2011 na Noruega, sorri durante audiência na qual a promotoria pediu sua internação psiquiátrica. "Pedimos que seja obrigado a seguir um tratamento psiquiátrico", disse o promotor Svein Holden
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O advogado de defesa Geir Lipepstad (esq.) dá suas considerações finais durante o último dia de julgamento de Breivik, em Oslo. Os advogados do terrorista norueguês pediram nesta sexta-feira a sua absolvição ou que, em caso de condenação, não seja enviado para uma instituição psiquiátrica
Foto: AP
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Anders Behring Breivik faz saudação ao chegar a tribunal de Oslo nesta sexta-feira
Foto: AP
A promotora pública Bejer Engh (centro) conversa com a advogada de Defesa Vibeke Hein (dir.), enquanto ao fundo o outro promotor do caso, Sven Holden, conversa com o advogado Geir Lippestad (esq.)
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Breivik e seu advogado Geir Lippestad reagem durante o julgamento
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Breivik aguarda pela sentença ao lado de seus advogados Geir Lippestad (esq.) e Vibeke Hein Baera
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A juíza Wenche Elisabeth Arntzen anuncia sua decisão de condenar Breivik a 21 anos de prisão
Foto: AP
O terrorista chegou algemado ao tribunal. Breivik foi sentenciado a uma custódia máxima de 21 anos e a uma mínima de 10 anos, explicou a juíza principal, Wenche Elizabeth Arntzen, antes de assegurar que o veredicto foi unânime
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O terrorista de extrema-direita norueguês Anders Behring Breivik acompanha o fechamento de seu julgamento em tribunal de Oslo. Ele foi condenado nesta sexta-feira à pena máxima de 21 anos de prisão prorrogáveis após ser considerado penalmente responsável pelos atentados cometidos na Noruega há um ano, nos quais 77 pessoas morreram
Foto: Reuters
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