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Erdogan assume presidência prometendo uma "nova Turquia"

Com mandato de 5 anos, Erdogan assume a posse nesta quinta-feira às 8h20 (horário de Brasília)

28 ago 2014 - 07h41
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Erdogan assume a presidência da Turquia após 10 anos como premiê
Erdogan assume a presidência da Turquia após 10 anos como premiê
Foto: Mohamed Azakir / Reuters

O primeiro-ministro da Turquia nos últimos 12 anos, Recep Tayyip Erdogan, assume nesta quinta-feira a presidência do país com o objetivo de impulsionar a criação de uma "nova Turquia".

Ele terá um mandato de cinco anos, e tomará posse na presença de mais de 80 dirigentes de países estrangeiros e de organizações internacionais.

Erdogan fará o juramento de seu novo cargo às 8h20 (horário de Brasília) em Ancara, marcando uma nova etapa de seu projeto de mudança política no país, que inclui como prioridade uma nova Constituição.

Chefe de governo desde 2003, Erdogan, de 60 anos, venceu no dia 10 de agosto, por maioria absoluta, as primeiras eleições presidenciais por sufrágio universal direto na Turquia e torna-se o nono chefe de Estado eleito da história do país, sucedendo a Abdullah Gul.

Na noite em que foi eleito, o governante transmitiu, no discurso de vitória, mensagem de unidade. Disse que quer inaugurar nova era no país e ser o presidente dos 77 milhões de turcos, por meio de “um novo processo de reconciliação social”, em que todos os cidadãos, independentemente da origem ou credo, serão iguais, e “os conflitos do passado” serão deixados para trás.

Erdogan, de 60 anos, se despediu ontem de seu cargo de líder do governo pelo partido islamita da Justiça e Desenvolvimento (AKP) devido à neutralidade exigida por lei ao chefe do Estado, mas deixou claro que abandonar a afiliação partidária não significava renunciar aos seus ideais.

O próximo presidente reiterou que tem a intenção de exercer uma presidência ativa, apesar do cargo de chefe de Estado ser em grande parte cerimonial e seus antecessores terem buscado sempre um perfil institucional.

"Hoje é o nascimento da nova Turquia. A nova Turquia significa uma nova política, uma nova sociologia, uma nova economia", declarou ontem para milhares de seguidores no congresso do AKP.

Entre os convidados à cerimônia em que Erdogan receberá o cargo confirmaram presença o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e os chefes de Estado da Bulgária, da Macedônia, da Albânia e da Etiópia, entre outros.

Mas a ausência de líderes de primeira linha de países ocidentais. Representará os Estados Unidos o encarregado de negócios da Embaixada de Ancara, uma perfil muito baixo que mostra o esfriamento das relações entre Washington e Ancara.

Nem o líder da maior formação opositora turca, o Partido Republicano do Povo (CHP), Kemal Kilicdaroglu, irá à cerimônia.

Após um jantar no palácio presidencial que Erdogan oferecerá aos convidados, o novo presidente encarregará o até agora ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, de 55 anos, de formar o governo, e pretende apresentar o novo gabinete amanhã.

Quase todos os analistas concordam que Erdogan dominará os trabalhos de governo desde o palácio presidencial de Cankaya, e que Davutoglu, um de seus mais leais colaboradores, não se oporá a suas ambições.

"Esta não é uma mudança de missão, é só uma mudança de nomes", declarou ontem Erdogan em Ancara para seus partidários.

Erdogan disse aspirar a um sistema presidencialista com amplos poderes para o chefe de Estado, o que só pode conseguir com mudanças constitucionais que exigem dois terços de apoio parlamentar, por enquanto fora do alcance da maioria absoluta do AKP.

Com informações da EFE e Agência Brasil. 

Fonte: Terra
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