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Erdogan e manifestantes fazem queda de braço sem abandonar posições

9 jun 2013 - 21h37
(atualizado às 22h03)
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<p>Premi&ecirc; turco, Recep Tayyip Erdogan&nbsp;discursou neste domingo em Ancara</p>
Premiê turco, Recep Tayyip Erdogan discursou neste domingo em Ancara
Foto: AP

Adversários e partidários do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, protagonizaram neste domingo duas grandes concentrações no que configura uma queda de braço entre duas concepções do país. Em Istambul, a praça de Taksim, epicentro dos protestos que sacodem a Turquia há quase duas semanas, abrigou hoje a maior reunião desde que começaram os acampamentos para salvar o adjacente parque Gezi de uma reforma urbanística.

O dia transcorreu em um ambiente festivo e sob uma maré de bandeiras dos grupos mais diversos, de marxistas até kemalistas, curdos e alevitas. Como pôde testemunhar a Agência Efe, pelo menos 30 mil pessoas se reuniam na praça, e muitos outros milhares lotavam o parque, transformado em acampamento com postos de informação, distribuição de gratuita, oficinas infantis, bibliotecas e clínica médica.

Na mesma hora, outra multidão recebeu no aeroporto de Ancara o primeiro-ministro, entre cantos e gritos como "Mantenha-se firme, não se curve", "Sua nação está com você" e "Alá é grande". Erdogan percorreu o caminho do aeroporto ao centro da cidade cercado por seus simpatizantes e fazendo discursos em várias paradas, de tom semelhante aos dos que fez às multidões nas cidades de Adana e Mersin, pela manhã.

O governante continuou insistindo em criminalizar os manifestantes de Taksim e Gezi, que classifica de "saqueadores", vândalos", "anarquistas" e "terroristas". Hoje, os acusou de ter entrado em uma mesquita calçados e com garrafas de cerveja e de ter agredido mulheres com o lenço religioso que costumam vestir as simpatizantes de seu Partido Justiça e Desenvolvimento.

Erdogan criticou também "os especuladores" que teriam causado as recentes quedas da Bolsa de Istambul e prometeu "não lhes dar nenhuma oportunidade". Após ter acusado nos últimos dias a oposição política e inclusive serviços secretos estrangeiros de estimularem os protestos, Erdogan acusou hoje os bancos privados, os quais advertiu que "pagarão muito caro".

"Temos que dar uma lição ao lobby dos juros, que foi o que mais ganhou. Vocês lhes darão uma lição. É hora de dar uma lição como nação. Não me façam dar nomes. Os digo: há bancos estatais. Usem-nos", disse o líder a seus partidários em um aparente conselho de sacar o dinheiro dos bancos privados.

Erdogan voltou a defender a atuação policial diante das críticas de excessos e abusos durante os choques com manifestantes, que deixaram dois civis e um agente mortos e mais de 4 mil feridos. O primeiro-ministro desafiou os que se manifestam a enfrentá-lo nas urnas e disse que os direitos não se conquistam com "violência" mas "dentro da lei". E ameaçou: "Se continuarem (os protestos), falaremos a linguagem que entendem. Paciência tem limite".

O tom do líder contrastou com a mensagem conciliadora do governador de Istambul, Hüseyin Avni Mutlu, que pediu perdão pelos "excessos e os erros individuais" na repressão policial. Muito diferente do usado por seu chefe de partido, Mutlu definiu os jovens manifestantes como pessoas em busca de uma liberdade individual, à margem dos partidos.

Suas palavras não impressionaram os manifestantes reunidos no parque, que as consideraram uma mera tentativa de limpar sua imagem.

"Essas declarações são apenas uma tentativa de mostrar à imprensa internacional que se preocupa conosco, mas não é verdade", opinou Ege, um estudante que está há cinco dias em Gezi. Da Plataforma de Solidariedade com Taksim, que representa os manifestantes, insistiu-se que os protestos continuarão enquanto não se cumprirem suas reivindicações.

As exigências do movimento cidadão são: garantias de preservar o parque de Gezi, cuja defesa foi a origem das revoltas; a proibição do gás lacrimogêneo, a libertação dos presos nos protestos e a renúncia dos governadores de Istambul, Ancara e Adana.

Embora a tranquilidade tenha continuado reinando em Taksim, onde a polícia não vai há mais de uma semana, a tensão era sentida no ar no bairro de Sultangazi, na periferia de Istambul, onde ontem à noite houve violentos confrontos entre a polícia e grupos de manifestantes.

Também em Ancara houve choques entre manifestantes e a tropa de choque, que usou canhões de água e bombas de gás lacrimogênio para impedir novamente que um protesto chegasse à praça Kizilay.

EFE   
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